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Roseana Sarney e João Bernardo Bringel |
João Bernardo Bringel, ex-secretário de Planejamento
do Governo Roseana Sarney, pode responder criminalmente por apropriação
indébita previdenciária. Auditoria recente da Secretaria de Estado de
Transparência e Controle (STC) revela um rombo milionário de R$ 103,9 milhões
nas contas estaduais com as chamadas consignações e depósitos.
De acordo com os auditores da Secretaria de
Transparência e Controle, no dia 30 de dezembro do ano passado, o saldo da
conta única do Tesouro Estadual era de R$ 85,1 milhões. Ocorre que o Estado é
obrigado por lei a fazer retenções de recursos que pertencem a terceiros, como
contribuição previdenciária, pensões alimentícias, entre outros. Porém, o saldo
de R$ 85,1 milhões era inferior ao que deveria ser, uma vez que o Estado já era
depositário de mais de R$ 100 milhões de recursos de terceiros, mantidos sob a
sua guarda.
Ainda no dia 30 de dezembro, que foi o último dia de
expediente bancário do antigo governo, a União Federal faria o repasse da cota
do Fundo de Participação dos Estados (FPE) ao Maranhão, no valor de R$ 103,5
milhões. A Secretaria de Estado de Planejamento então comandada por João
Bernardo Bringel realizou o ingresso desse valor na contabilidade estadual,
juntamente com outros recursos disponíveis, totalizando a entrada de R$ 110,5
milhões.
Com o recebimento dos valores do FPE, o saldo do
Tesouro Estadual seria elevado para R$ 195,6 milhões, o que seria suficiente
para repassar para os terceiros os valores sob a guarda do Estado. Contudo,
isso não ocorreu. O ex-secretário João Bernardo Bringel realizou sucessivas
operações de liberações financeiras para as secretarias e órgãos estaduais
utilizando esses recursos, que jamais deveriam ter saído da conta única, senão
para serem repassados aos seus legítimos donos.
As liberações de recursos feitas por Bringel para as
secretarias somaram R$ 107,3 milhões, que realizaram pagamentos milionários no
último dia do governo Arnaldo Melo com recursos que não eram do Estado. Com as
operações, ficou evidenciado um passivo descoberto de R$ 103,9 milhões,
equivalente ao valor que o Estado gastou, mas que pertencia a terceiros. Além
de ato de improbidade, a conduta configura crimes de apropriação indébita comum
e previdenciária, previsto no art. 168-A do Código Penal e prevê pena de até 5
anos de reclusão.
HERANÇA
MALDITA
O antigo governo deixou uma herança maldita ao
governador Flávio Dino. Além de gastar R$ 103,9 milhões que pertenciam a
terceiros, apresentando um passivo milionário, a ex-governadora Roseana Sarney
deixou dívidas que ultrapassam R$ 1 bilhão, reveladas ainda em janeiro deste
ano, além de faturas de diversos empréstimos com vencimento em 2015. Foi
descoberto que os precatórios judiciais estavam atrasados desde 2012, mesmo os
precatórios preferenciais e alimentares. Até mesmo faturas pendentes com a
companhia energética estavam atrasadas e a empresa ameaçava cortar a energia de
prédios públicos.
O secretário de Transparência e Controle, Rodrigo
Lago, explicou que esses outros débitos serão investigados em outro
procedimento e ressaltou que a auditoria recente abrangeu apenas a questão de
pagamentos feitos com recursos de terceiros, as chamadas consignações e
depósitos. “Ainda estamos fazendo outra auditoria, que está levantando todo o
passivo do Estado e as obrigações contraídas nos dois últimos quadrimestres de
2014, para apurar as responsabilidades pela violação da Lei de Responsabilidade
Fiscal, que impede que sejam contraídas obrigações que não possam ser cumpridas
até o final do mandato”, informou.
NÚMEROS
Dos valores de terceiros utilizados indevidamente
pelo governo anterior para o pagamento de credores, destacam-se:
R$ 75,0 milhões do FEPA (Fundo Estadual de Pensão e
Aposentadoria)
R$ 7,6 milhões do Funbem (Fundo de Benefícios dos
Servidores do Estado do Maranhão)
R$ 5,4 milhões do INSS cota-empregados
R$ 4,8 milhões do INSS cota-prestadores de serviço
R$ 103,9 milhões é o valor do rombo deixado
R$ 107,3 milhões é o valor total liberado pela
Seplan em 30/12/2014
Isto não é novidade. Novidade vai ser se esses aí, se julgados e condenados, forem para Pedrinhas, o que eu acho muito difícil.
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