Por Gleise Castro
Valor, de São Paulo
O Estado do Maranhão deve receber um
total de R$ 1,5 bilhão em investimentos em 2016. A estimativa é do governador
Flávio Dino (PC do B) e considera projetos privados em execução ou planejados
para os próximos anos, que devem somar R$ 1,5 bilhão em 2016 e mais R$ 500
milhões em obras de infraestrutura do governo estadual, como estradas e
escolas, financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).
Metade dos investimentos privados virá
do Programa de Investimento em Logística (PIL) 2015-2018, do governo federal,
que prevê a concessão de duas novas áreas para construção de dois terminais no
Porto do Itaqui, em São Luís, cuja licitação está prevista para até o final de
2016.
As novas concessões vão se somar ao
bem-sucedido Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), que começou a operar
comercialmente no segundo trimestre e é o principal responsável pelo aumento da
movimentação de cargas no Porto do Itaqui, que deve atingir o embarque recorde
de 20 milhões de toneladas em 2015. “Com isso, ele se consolida como o
principal porto do Arco Norte”, diz o governador. No primeiro semestre, o lucro
do porto atingiu R$ 31 milhões, 1.792% acima do registrado em igual período de
2014 (R$ 1,6 milhão).
Construído e operado pelo consórcio
formado por CGG Trading, NovaAgri, Glencore e Consórcio Crescimento (joint
venture entre Amaggi e Louis Dreyfus Commodities), o terminal exportou até
agora 2,5 milhões de toneladas de soja, farelo de soja e milho e até o final do
ano deve atingir 3 milhões de toneladas desses produtos, oriundos da região
conhecida como Matopiba (áreas do cerrado contíguas nos Estados do Maranhão,
Tocantins, Piauí e Bahia) e do Nordeste do Mato Grosso. “Esses volumes superam
nossa expectativa, que era atingir 1,8 milhão a 2 milhões de toneladas em
2015”, diz Luiz Cláudio Santos, diretor de logística da CGG e porta-voz do
Tegram. A previsão para 2016 é de 4 milhões a 4,5 milhões de toneladas.
A Vale, que desembolsou US$ 1,1 bilhão
no Estado do Maranhão no primeiro semestre, em investimento e custeio, iniciou
neste ano a operação definitiva do novo trem de passageiros da Estrada de Ferro
Carajás. Com investimentos de US$ 55,6 milhões, o novo trem tem capacidade3
para tr4ansportar 320 mil pessoas em um trajeto de 861 km, entre a capital São
Luís e Parauapebas no Estado do Pará, passando por 23 cidades do Maranhão e
outras quatro do Pará.
Até o final de 2016, a empresa prevê também finalizar a expansão do
Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, que vai aumentar sua capacidade de 180
milhões de toneladas para 230 milhões de toneladas. O investimento faz parte de
um grande projeto de minério de ferro da Vale, que inclui a duplicação da
Estrada de Ferro Carajás (EFC), a construção de um ramal ferroviário de uma
usina de beneficiamente e a abertura da mina em Canaã dos Carajás, no Pará.
Na área de energia, a Omega Energia vai construir sete parques eólicos nas
cidade de Paulino Neves e Barreirinhas, no Nordeste do Estado, com investimento
de R$ 1 bilhão, constituídos, segundo Antonio Augusto Torres de Bastos Filho,
presidente da empresa, por capital dos sócios e financiamentos de longo prazo.
Suas 84 torres, com capacidade de 193,2 MW, vão começar a gerar eletricidade a
partir de 2018, para entrega por meio de contratos garantidos pela companhia em
leilão realizado pelo governo no mês de agosto. Eles farão parte de um complexo
eólico que a Omega começou a implantar no litoral do Piauí, hoje com três
usinas em operação e investimentos acima de R$ 700 milhões.
Já a Parnaíba Gás Natural (ex-OGX Maranhão Petróleo e Gás) está aplicando
um total de cerca de R$ 1 bilhão no Estado, na exploração de sete novos campos
de gás e construção de gasoduto, para aumentar sua capacidade de produção de
4,9 milhões de metros cúbicos por dia a partir de julho de 2016.
Outro grande projeto é o da Usina de Aço Verde, da Aciaria Gusa Nordeste,
em Açailândia, que vai utilizar o ferro-gusa produzido no polo siderúrgico do
município para fabricação de tarugos e aços laminados, com
início de operação previsto para janeiro de 2016.
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