Grupo estaria desviando recursos públicos de municípios do Estado há mais de dez anos; PF informou que nove contratos, de um total de 34, foram concluídos, o restante soma mais de 7 mil dias de atraso
POR JULIA AFFONSO E FAUSTO MACEDO
FOLHA DE S. PAULO
“As fraudes consistem na constituição de pessoas jurídicas com pessoas interpostas (laranjas) a fim de possibilitar a apresentação de diversas propostas no processo licitatório, com o intuito de simular competição que, na realidade, favorecia apenas as empresas ligadas de um mesmo grupo empresarial, as quais apresentavam preços superfaturados em prejuízo aos cofres públicos. Foram colhidos indícios de que o grupo concentrava suas práticas ilícitas em torno de obras de saneamento básico”, informou nota da PF.
Segundo dados públicos, disponibilizados no portal do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, e divulgados pela Polícia Federal, a principal empresa do grupo firmou 34 contratos públicos, totalizando R$ 122 milhões. Do total, 9 foram concluídos e o restante soma mais de 7 mil dias de atraso.
Foram realizadas, de acordo com a PF, 19 buscas e apreensões e 16 conduções coercitivas em Cuiabá (MT), Rondonópolis (MT), Cotribuaçu (MT) e Brasília (DF), com a participação de 80 policiais federais e 9 auditores da CGU.
O nome da operação faz referência ao deus da mitologia grega que tinha o dom da premonição, “tal qual fraudadores de licitações que de antemão sabem quem será contratado pela Administração pública”.
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