Em todo país, 1.781 emissoras estão como AM, sendo que 1.385 já pediram para mudar de faixa. Ao todo, 948 rádios poderão fazer a migração em 2016. As demais emissoras terão que aguardar a liberação do espaço, que deve acontecer com a digitalização da TV no país que abrirá mais espaço para as novas FMs.
Uma emissora pequena de 10Kw de Fortaleza, por exemplo, poderá pagar R$ 400 mil de taxa, mais cerca de R$ 150 mil em equipamentos.
Carolina Gonçalves - Repórter da
Agência Brasil
Mais de 940 emissoras de rádio AM
(modulação em amplitude) serão notificadas nos próximos meses para pagar a taxa
de migração para a frequência modulada (FM) e melhorar a qualidade de
transmissão de seus conteúdos. Durante debate realizado hoje (15) no Conselho
de Comunicação Social do Congresso Nacional, o secretário de Serviços de
Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Roberto Pinto Martins,
explicou que essas emissoras precisam agora entregar a documentação para o
processo de outorga das novas frequências, pagar a taxa de migração e fazer os
investimentos para modernizar a infraestrutura de transmissão.
Custos
Martins lembrou que a tabela de
preços foi divulgada para que as emissoras se preparem para a nova fase. Os
valores podem variar de R$ 30 mil a R$ 4,5 milhões dependendo de variáveis como
o alcance das transmissões, por exemplo. “Foi uma metodologia que avalia a potência
da emissora, a população de cada município, dados econômicos e sociais. Esta
metodologia reflete os parâmetros que estamos usando, não me parece dizer que é
um preço baixo, mas um preço justo”, avaliou.
Para o representante do ministério,
a expectativa dos donos de emissoras tem se mostrado ainda maior do que a do
próprio governo, ainda que os custos sejam significativos. Além da taxa, esses
empresários terão que readequar todo os equipamentos hoje usados para a
frequência AM. “O objetivo é dar uma sobrevida às emissoras de AM e dar maior
diversidade para os ouvintes que passam a ter um contingente maior de emissoras
FM”, disse.
Mais
qualidade
Presidente executivo da Associação
Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Luis Roberto Antonik
calcula, por exemplo, que uma emissora pequena de 10Kw de Fortaleza, por
exemplo, poderá pagar R$ 400 mil de taxa, mais cerca de R$ 150 mil em
equipamentos. “O valor não é desprezível, mas vale a pena. A diferença da
qualidade entre AM e FM é muito grande. O rádio é o sujeito do serviço local”,
destacou.
Antonik ainda lembrou que, além dos
investimentos financeiros, as emissoras devem aproveitar a migração para
atualizar também a programação.
Ele disse que as fases mais
complicadas do processo já foram concluídas tanto pelo Ministério das
Comunicações, com a tabela de preços, quanto pela Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) que ficou responsável por distribuir as emissoras
dentro de faixas de frequência de maneira que não haja interferência nas
transmissões. “Acredito que até o dia 25 de fevereiro as primeiras emissoras
comecem a apresentar os documentos para iniciar o processo”, enfatizou.
Atualmente, em todo país, 1.781
emissoras estão como AM, sendo que 1.385 já pediram para mudar de faixa. Ao
todo, 948 rádios poderão fazer a migração em 2016. As demais emissoras terão
que aguardar a liberação do espaço, que deve acontecer com a digitalização da
TV no país que abrirá mais espaço para as novas FMs.
“Nos grandes centros urbanos, o
espectro do rádio elétrico está muito congestionado. Com o desligamento da TV
analógica vai sobrar mais espaço para que as [rádios] AM migrem para a
frequência FM”, explicou o conselheiro da Anatel, Rodrigo Zerbone Loureiro, que
também participou do debate.
O conselho volta a se reunir no
início da tarde de hoje para discutir a violência contra os profissionais de
comunicação e os efeitos da crise econômica sobre a comunicação social.
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