Abalado pela queda no faturamento, com o
fim de contratos publicitários com o governo do Maranhão, o jornal O Estado do
Maranhão, pertencente ao Sistema de Comunicação da família Sarney, foi obrigado
a acabar com a edição dominical. O comunicado foi feito neste domingo (14).
O EMA já vinha dando sinais de que a
crise é séria. Recentemente já havia demitido jornalistas e cortado suplementos.
No comunicado de hoje, afirma que manterá a edição de domingo apenas na versão
on line.
Durante os últimos governos de Roseana
Sarney, algo em torno de 25% da verba publicitária era destinada ao sistema
Mirante de Comunicação. Isso significou cerca de R$ 40 milhões de faturamento,
ao longo dos últimos quatro anos.
Atacado de todas as formas pelos
veículos de comunicação da família Sarney, o governador Flávio Dino mandou
estancar a sangria de recursos publicitários para a Mirante. Com isso, o
sistema está procurando se adaptar à nova realidade econômica, agravada pele
crise que já abala os jornais impressos pelo mundo afora há algum tempo.
No Brasil, por exemplo, vários jornais abandonaram
as bancas e mantêm somente a edição on line, como é o caso do Jornal do Brasil.
Outros, terminaram por reduzir o formato para tabloide, além de enxugar as
redações, com fusões de editorias.
Na avaliação de conhecedores dos
problemas do diário da oligarquia, essa medida não seria consequência imediata
da crise geral dos impressos, pois o EMA, além de arma política, é um fetiche do
oligarca Sarney, portanto com elevada carga simbólica.
Essa crise pode refletir, ainda, dissensões
internas graves. Recentemente o deputado Zequinha Sarney implantou um filho na
administração do Sistema, depois que Roseana e Jorge teriam tentado dar um
golpe nele.
Por fim, a crise de O Estado do Maranhão
reflete também, mais agudamente, o despreparo dos Murad, que empurram o
sarneysismo para o abismo.
Em tempos de vacas magras e da falta de financiamento dos cofres do governo do Maranhão, a ordem é
reduzir custos e despesas para sobreviver.
José Dias
ResponderExcluirSe pesquisar direitinho, a crise dos jornais impressos é mundial, em virtude de motivos óbvios.
Mesmo assim, o EMA ainda é um dos jornais mais vendidos do Nordeste.