"Querem sentar na minha cadeira sem voto. Isso é muito confortável. Não tem que prestar conta ao povo e dizer o que será feito dos programas sociais", declarou.
Do UOL, em São Paulo
Alvo de um processo de
impeachment no Congresso, a presidente Dilma Rousseff voltou a atacar o
presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o
vice-presidente Michel Temer em discurso nesta terça-feira (26).
A petista, que já classificou os
dois como 'chefes conspiradores' , fez duras críticas à oposição e afirmou que
o processo do impeachment é uma tentativa de eleições indiretas para a
Presidência da República.
"Estou sendo vítima de
grande injustiça. Não tem uma acusação que diz que eu peguei dinheiro para mim.
Muitas das ações das quais me acusam, eu nem sequer participei (...). E o mais
estranho é que quem me julga é corrupto", disse Dilma em referência a
Cunha.
A presidente participou da
entrega de unidades do programa "Minha Casa, Minha Vida" em Salvador.
"Esta pessoa, que é o
presidente da Câmara, é uma pessoa que todo mundo sabe no Brasil que tem conta
no exterior. É acusado pela Procuradoria-Geral da República", completou. A
plateia presente respondeu com gritos de "fora, Cunha".
Em seu discurso, a presidente
ainda fez outras referências a Cunha. "Nunca recebi dinheiro de propina.
Eu não tenho contas no exterior. Eu não sou acusada de corrupção",
afirmou, defendendo-se das acusações de pedaladas fiscais referentes aos anos
de 2014 e 2015. "Em 2014, virou crime. Em 2015, virou crime. E isso
significa o quê? Dois pesos e duas medidas", acrescentou.
"Querem
sentar na minha cadeira sem voto"
Dilma também associou Temer ao
processo de impeachment. Segundo ela, a manobra seria uma tentativa da oposição
de se associar ao PMDB para conquistar a Presidência após a derrota na eleição
de 2014.
"Querem sentar na minha
cadeira sem voto. Isso é muito confortável. Não tem que prestar conta ao povo e
dizer o que será feito dos programas sociais", declarou.
"Conquistamos a democracia
com mortes, tortura, uma luta incansável. Ter direito à democracia implica,
sobretudo, que vivamos em um estado democrático de direito. A lei que vale para
mim vale para todo mundo. Ninguém está acima da lei. Todo o poder vem do voto
popular direto. Esse impeachment sem crime, que é golpe, na verdade é uma
tentativa de fazer uma eleição indireta por aqueles que não têm voto",
discursou.
"SOU
JULGADA POR MELHORAR A VIDA DO POVO"
Dilma afirmou ainda que é
atacada pela oposição por conta dos projetos sociais oferecidos por seu
partido, o PT.
"Uma parte pelo qual eu
estou sendo julgada é pelo fato de nós termos optado por construir condições de
vida melhores para o nosso povo", afirmou, celebrada no evento por gritos
como "não vai ter golpe, vai ter luta", "fica, querida" e
"olê, olê, olá, Dilma, Dilma".
A presidente ainda criticou os
planos da oposição de "revisitar os programas sociais", afirmando que
planejam aumentar as parcelas das moradias do "Minha Casa, Minha
Vida". "É possível sair dessas dificuldades sem comprometer os programas
sociais. Com todas as dificuldades, nós construímos dois milhões de
moradias", acrescentou.
Na cerimônia desta terça-feira,
Dilma entregou 5293 unidades habitacionais do programa do governo federal --
além das 2800 famílias beneficiadas em Salvador (BA), foram entregues 986
unidades em São Carlos (SP), 385 unidades em Pirassununga (SP), 362 em Santa
Maria (RS) e 232 em Caucaia (CE).
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