Foi um duro recado aos golpistas de
plantão: não vai ter golpe! Foram milhões de vozes que ecoaram pelo país neste
dia 31 de março, data da tomada do poder pelo golpe militar de 1964. As
manifestações que tomaram conta do país mostraram a determinação de um povo
disposto a lutar bravamente para evitar que o país sofra um retrocesso sob o
comando do que existe de mais podre na política brasileira: o PMDB e seus
aliados que sempre estiveram envolvidos em escândalos de corrupção.
Sob o pretexto de se estancar essa
corrupção, querem tomar o poder de assalto e golpear as conquistas sociais
obtidas nos últimos 13 anos. Os ‘capitães do golpe’ deveriam estar, sim, no
banco dos réus, pois o ‘listão da propina’ da Odebrecht mostrou que a maioria
já bebeu na fonte da corrupção desde o governo Sarney, na década de 1980. Que
moral têm para comandar um golpe contra uma presidente que não cometeu crime de
responsabilidade que o justifique? O povo não é bobo e diz não aos golpistas.
O poder Judiciário, atento e preocupado
com o clima de convulsão social, deve ter entendido bem o que pode ocorrer se o
golpe que está em andamento prosperar. De imediato, como uma tentativa de diminuir as tensões do momento, o STF confirmou a decisão
do Ministro Teori Zavascki que havia determinado que o juiz Sérgio Moro encaminhasse
a investigação envolvendo o ex-presidente Lula para a Corte. Uma ducha de água
fria no juiz que contribuiu para aumentar a fervura da crise com a divulgação
indevida de interceptações telefônicas de conversas entre a presidente Dilma –
que não é investigada e tem foro privilegiado – e o ex-presidente Lula. O
grande desejo de Moro era ter determinado a prisão do ex-presidente.
O recado deve ter sido ouvido no
Congresso Nacional, onde está em gestação o processo de impedimento da
presidente Dilma Rousseff. Na sessão da comissão que analisa o processo, muitos
parlamentares alertaram: “o povo não vai aceitar essa manobra que está em
andamento. O povo está insatisfeito é com a política, com a classe política. Se
todos nós renunciássemos aos nossos mandatos, o povo iria aplaudir. Se querem
tirar a presidente do poder, que seja através do voto e não através desse tipo
de manobra”, disse um dos deputados.
O recado das ruas deve ter ecoado nas hostes
do PMDB golpista que viu o que o aguarda em caso de perpetração do golpe. Será
um governo ilegítimo, golpista, que não terá sossego com as vozes das ruas. E
nenhum governo se sustenta sem ao apoio popular. Seriam dias de tormenta para os golpistas. E o povo mostrou que não permitirá a derrota da democracia, dos preceitos constitucionais e do estado
democrático de direito.
Quem pagará para ver o resultado de um
novo golpe?
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