Vinganças, retaliações, perseguições, só servirão para afundar ainda mais o país nesta abissal inconsequência. E é provável que as perseguições políticas também se devam ao estado em que o governador Flávio Dino encontrou o Maranhão. Sem polícia, sem professores, sem agricultura familiar, com a BR 135 esbandalhada e por aí vai.

Por JM Cunha Santos
Somente um espírito genuinamente
perverso e antidemocrático pode pensar em retaliação contra um Estado, em
virtude de posições políticas assumidas por seu governador. Muitos têm
imaginado que a defesa que Flávio Dino faz da continuidade do mandato da
presidente Dilma Rousseff ensejará ao Maranhão uma vingança apoplética e irresponsável
de Michel Temer, no caso dele assumir a Presidência da República. Mas o próprio
governador não reconhece esse tipo de político no vice-presidente, não acredita
nesse tipo de retaliação.
Nem todo mundo é Sarney que, por vindita
contra o povo de São Luís quando não elegeu seus candidatos, bloqueou recursos
destinados ao estado e à cidade, atrapalhou a construção de um hospital durante
o mandato do ex-prefeito João Castelo. Nem todo mundo é Roseana que, para dar um exemplo mais recente, convencionou e conversou o que pode, mas jamais
durante seu governo aceitou uma parceria institucional com a Prefeitura de São
Luís no mandato ainda vigente do prefeito Edivaldo Holanda Júnior que havia
derrotado seu grupo político nas eleições. Nem deu bolas para a situação
crítica em que a cidade se encontrava.
Aconteça o que acontecer, o Brasil vai
precisar de muita coerência política, muita unidade, muita responsabilidade dos
representantes e dirigentes da Nação para sair do fosso econômico e do fosso
político em que se enfiou. Vinganças, retaliações, perseguições, só servirão
para afundar ainda mais o país nesta abissal inconsequência. E é provável que as
perseguições políticas também se devam ao estado em que o governador Flávio
Dino encontrou o Maranhão. Sem polícia, sem professores, sem agricultura
familiar, com a BR 135 esbandalhada e por aí vai.
Está mais do que claro que nada e nem
ninguém conseguirá demover o governador Flávio Dino de suas convicções quanto
ao atual momento político, o que gera algum desconforto, inclusive entre seus
aliados. Discordar dele, é natural, mas sobra-lhe neste episódio a firmeza de
caráter dos líderes que não são dados à contorção política e, menos ainda,
ideológica, como outros que por aqui mesmo sempre estiveram e sempre vão estar
ao lado dos que julgam mais fortes ou ascendendo imediatamente ao poder.
Quando nos reputamos à contorção
política, vislumbramos o ex-senador Sarney em apoio a todos os presidentes da
República da ditadura militar, mas logo em seguida candidato a vice-presidente
de Tancredo Neves. Vislumbramos Roseana Sarney pedindo votos a favor do
impeachment quando seu grupo recebeu céus e terras do PT, inclusive a cassação
de Jackson Lago e seu retorno ao poder.
Flávio Dino não é e o Maranhão não
precisa mais desse tipo de líder que diz uma coisa pela manhã e outra à tarde,
para desmentir as duas durante a noite.
Foi esse tipo de fraqueza de caráter que
enriqueceu uma meia dúzia de apaniguados, mas quase acabou com o Maranhão.
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