Pedido
de investigação foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
com base na delação do ex-senador Delcídio Amaral

GUSTAVO AGUIAR E ISADORA PERON
O ESTADO DE S.PAULO
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo
Tribunal Federal, autorizou na quarta-feira a abertura de inquérito contra o
presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), para apurar o envolvimento do
tucano em um esquema de corrupção em Furnas.
O pedido de investigação foi feito pelo
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, com base na delação do agora
ex-senador Delcídio Amaral (sem partido - MS) no âmbito da Operação Lava Jato,
e enviado ao ministro Teori Zavascki.
O ministro, no entanto, entendeu que o
caso não tem ligação com o esquema de corrupção da Petrobrás e o pedido foi
redistribuído para Gilmar nesta quarta. O novo relator acolheu a representação
de Janot e determinou o cumprimento de diligências pela Polícia Federal, que
deve ouvir Aécio num prazo de 90 dias.
O tucano é suspeito de receber propina
do ex-diretor de Furnas, Dimas Toledo, em um esquema de desvio de recursos na
estatal semelhante ao investigado pela Lava Jato. O caso já havia sido relatado
nas delações do lobista Fernando Moura do doleiro Alberto Youssef.
Youssef afirmou que o presidente do PSDB
teria recebido R$ 4 milhões em propina da diretoria de Toledo. Na ocasião, a
citação foi arquivada. Agora, Gilmar Mendes determinou que o documento seja
desarquivado e incluído nos autos do processo.
Além deste procedimento, Aécio é alvo de
um segundo pedido de investigação feito por Janot a Teori no âmbito da Lava
Jato, para apurar se o tucano agiu para alterar dados bancários do Banco Rural
que poderiam atingi-lo e a seus aliados no escândalo do mensalão.
Eduardo
Cunha
Nesta quarta, o presidente da Câmara
afastado, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também passou a ser formalmente
investigado por se beneficiar em um esquema em Furnas que funcionava em
paralelo ao de Aécio. O relator do caso é o ministro Dias Toffoli.
Como no caso do tucano, o novo inquérito
contra Cunha tem como base a delação de Delcídio e também é um desdobramento da
Lava Jato. Segundo o ex-senador, o peemedebista alterou a legislação do setor
energético para beneficiar seus interesses e favorecer seus aliados dentro da
estatal.
Além dessa nova linha de investigação,
Cunha já responde a uma ação penal no STF e a outros quatro inquéritos no
âmbito da Lava Jato. Ainda há dois pedidos de inquéritos aguardando autorização
para ter início.
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