Investigado
como um dos operadores do PMDB, filho caçula do ex-presidente da Transpetro
fechou acordo de colaboração com a Lava Jato.
Os
depoimentos comprometeriam o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o
senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da República José Sarney
(PMDB-AP).

ADRIANO CEOLIN,
ANDREZA MATAIS
O ESTADO DE S.PAULO
A delação premiada dele foi
homologada pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no
Supremo Tribunal Federal, juntamente com a do pai. Uma faz parte da outra.
Enquanto Sérgio Machado gravou as conversas com a cúpula do PMDB no Senado para
demonstrar proximidade com o grupo, Did apresentou o caminho do dinheiro
desviado de obras e serviços da Transpetro.
No acordo firmado com o
Ministério Público, ficou acertado que Did e seu pai irão devolver aos cofres
públicos os recursos financeiros provenientes de corrupção investidos no fundo
que ele controlava. O total do dinheiro a ser repatriado ainda será
quantificado pelo MP. Segundo os investigadores, “os valores são
surpreendentes”.
Mais do que os áudios entregues
por Sérgio Machado à Lava Jato, os depoimentos dele e os dados apresentados por
seu filho comprometeriam o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o
senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da República José Sarney
(PMDB-AP). Os três já tiveram conversas gravadas divulgadas.
Conforme o Estado apurou, desde
que surgiu a possibilidade de Machado fazer acordo de delação premiada, a maior
preocupação da cúpula do PMDB era de que Did também colaborasse. Segundo um
conhecedor do esquema, ele tinha como responsabilidade controlar o dinheiro do
grupo. Em outras palavras, “o grande laranja” dos senadores peemedebistas.
Na semana passada, a Coluna do
Estadão revelou que Sérgio Machado decidiu fazer a delação premiada depois que
os investigadores rastrearam uma operação na Europa e se depararam com o
herdeiro.
Demissões
Desde a semana passada,
conversas gravadas por Machado já causaram a demissão de dois ministros. Então
ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR) pediu demissão depois que
áudios mostraram que ele defendeu o impeachment da presidente Dilma Rousseff
como uma forma de evitar que a Lava Jato avançasse.
Segunda-feira, foi a vez do
ministro da Transparência, Fabiano Silveira, deixar o cargo. Ele pediu demissão
depois de áudios gravados por Machado mostrarem que ele deu palpites sobre a
defesa de Renan junto à Procuradoria-Geral da República.
O advogado de Expedito Machado
Filho não quis falar com a reportagem. Até a conclusão desta edição, as
assessorias de Renan, Jucá e Sarney não se manifestaram.
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