
BERNARDO CARAM, DANIEL CARVALHO
E GUSTAVO AGUIAR
O Estado de São Paulo/BRASÍLIA
Em defesa à Corte, advogados do
deputado afastado questionam encontro com delator
O presidente afastado da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF)
que o seu próprio sigilo telefônico seja quebrado. Em defesa prévia apresentada
à Corte, o parlamentar também solicitou a quebra de sigilo telefônico do
senador e ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA).
Segundo Cunha, a peça
protocolada na sexta-feira, 24, serve para "fazer contraprova da defesa às
acusações". De acordo com os advogados do peemedebista, a denúncia afirma
que Julio Camargo solicitou a Fernando Soares - o Fernando Baiano - uma reunião
com Cunha, o que não seria verdade. “Esse fato é obviamente falso e sua
falsidade pode ser comprovada por meio da quebra de sigilo de dados telefônicos
do requerido”, disse. Em 2015, Julio Camargo denunciou Eduardo Cunha por exigir
propina de US$ 5 milhões.
No caso de Lobão, a defesa de
Cunha sustenta que a quebra de sigilo seria necessária para provar que é falsa
a afirmação de que Lobão teria ligado para Cunha com o objetivo de proteger
Camargo, com quem estaria reunido na base aérea do aeroporto Santos Dumont.
“Esse fato é falso. Justamente
por isso o Ministério Público Federal não produziu nenhuma prova de que tal
ligação tenha ocorrido, tendo se limitado a pedir a relação de placas que
entraram na Base Aérea. Por óbvio, que a suposta entrada de pessoas em um local
não faz prova do que as pessoas fizeram nesse local”, argumenta a defesa.
No documento, os advogados de
Cunha ainda fazem pedidos técnicos como a transcrição de trechos de delação, o
acesso a provas e a tradução de depoimentos em outras línguas.
O deputado afastado pede que
sejam arrolados como testemunhas os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Marcelo
Aro (PHS-MG), Alberto Filho (PMDB-MA), Hugo Motta (PMDB-PB), Washington Reis
(PMDB-RJ), Mauro Lopes (PMDB-MG), Manoel Junior (PMDB-PB), Saraiva Felipe
(PMDB-MG), Pedro Chaves (PMDB-GO), Felipe Bornier (Pros-RJ), Fernando
Jordão(PMDB-RJ), Flaviano Melo (PMDB-AC) e o senador Edison Lobão.
Além disso, ele elenca como
testemunhas o presidente da Assembleia de Deus Ministério Madureira, pastor
Samuel Cássio Ferreira, funcionários da Câmara, e o pré-candidato a vice na
Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, totalizando 28 nomes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário