Acusação também tem como alvo o
ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o corretor Lúcio
Funaro, preso hoje, e o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto.

GUSTAVO AGUIAR, FÁBIO FABRINI E
FÁBIO SERAPIÃO
O ESTADO DE S. PAULO
Brasília - A Procuradoria-Geral
da República (PGR) ofereceu nova denúncia contra o presidente afastado da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na Lava Jato, por suposto envolvimento em
esquema de corrupção na Caixa. A acusação também tem como alvo o ex-ministro do
Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o corretor Lúcio Funaro, seu
assessor, Alexandre Margotto, e o ex-vice-presidente da Caixa Econômica Fábio
Cleto.
A informação consta de decisão
do ministro Teori Zavascki, divulgada nesta sexta-feira, 1, na qual fundamenta
a prisão de Funaro, amigo de Cunha. "Destaca-se, ainda que o requerido
(Funaro) foi recentemente denunciado nesta Corte, juntamente com o deputado
Federal Eduardo Cunha e outros, pela suposta prática de crimes, em razão do
envolvimento 'na implantação e no funcionamento do esquema de corrupção e
lavagem de dinheiro relacionado à Caixa Econômica Federal, ao menos entre os
anos de 2011 e 2015", afirmou o magistrado.
Esta é a terceira denúncia
contra Cunha na Lava Jato. Antes, acreditava-se que a terceira denúncia
envolvia um esquema de recebimento de propina nas obras do Porto Maravilha. No
entanto, no dia em que foi oferecida ao STF, a acusação foi incluída de forma
equivocada no sistema interno da Corte porque os dois caos são correlatos. Como
os processos são sigilosos, a PGR não corrigiu o erro para não relevar
informações sobre as investigações.
Aquela que se acreditava ser uma
terceira denúncia contra o deputado, envolvendo um esquema de recebimento de
propina nas obras do Porto Maravilha, na verdade se tratava da acusação sobre o
esquema da Caixa. Os casos estão relacionados, mas o último é mais abrangente e
envolve os outros quatro denunciados.
Na decisão, Teori não detalha o
teor das acusações, que correm em sigilo. O STF já aceitou denúncias contra
Cunha em outros dois casos, abrindo ações penais. Num deles, o deputado é
acusado de receber propinas de contratos de empresas fornecedoras de
navios-sonda com a Petrobrás. Em outro, responde por, supostamente, manter
contas oculta na Suíça, alimentadas por recursos desviados da estatal.
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