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Márcio Lobão e Edison Lobão |
Márcio Lobão, filho do senador e
ex-ministro Edison Lobão, teria reclamado da falta de R$ 10 mil reais em uma
propina de R$ 250 mil. A revelação está em trechos da delação premiada de
Flávio Gomes Machado, um dos delatores da Lava Jato, com detalhes do acerto de
pagamentos de propinas a Romero Jucá e Edison Lobão, ambos do PMDB, pela
retomada da Obra de Angra III.
Flávio disse que depois da viabilização
do contrato para retomada das obras de Angra III foi orientado a procurar os
políticos responsáveis, Romero Jucá e Edison Lobão. A propina acertada seria de
3% para o PMDB e que Lobão cuidaria da gestão. Esses 3% eram do contrato repactuado
e que seria o “custo político”. Lobão informou que tinha autonomia e decisão.
Em reunião na casa de Lobão, o ministro
confirmou que centralizaria as demandas de Angra III e ele mesmo faria a
distribuição.
Foi dito a Lobão que impossível o
pagamento de 3%, ficando estabelecido um valor menor que o solicitado. “Que era
época de campanha política e lhe foi pedido um dinheiro em espécie por Lobão
rapidamente por causa disso. Lobão pediu de imediato R$ 500.000,00, a ser
entregue a Márcio Lobão, no primeiro prédio da Av. Atlântica, no Leme, ap.
1502, onde embaixo fica o restaurante Marius de frutos do Mar”, destaca a
delação.
O depoente disse que providenciou R$
250.000,00 para levar a Márcio Lobão. Entregou o dinheiro em caixa de camisas
com uma sacola preta. Dez dias depois recebeu telefonema de Márcio Lobão para
um café da manhã no mesmo apartamento.
“Na ocasião, Márcio Lobão reclamou que
faltaram R$ 10.000,00 do valor acertado”, disse o depoente, acrescentando que,
por esse episódio, transferiu a relação com Lobão e seu filho para Flávio
Barra.
No entanto, o senador Romero Jucá
mostrou-se chateado com a situação. Informou que a combinação não estava dando
certo porque Lobão ficava com tudo pra ele sem repassar.
Já Flávio Barra confirmou que a Andrade
Gutierrez pagou em torno de R$ 2 milhões com base nos contratos e que os
repasses de propina seriam para Edison Lobão. Valores em espécie, oriundo do ‘caixa
2’ da Andrade Gutierrez, eram entregues por Márcio Coutinho.
Revelou que fazia reuniões com Lobão
para tratar de repasses de propina. Lobão ligava para marcar as reuniões.
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