Investigação
teve início com as apurações sobre a propriedade da aeronave Cessna Citation,
cuja queda provocou a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos
Fábio Serapião, Julia Affonso,
Ricardo Brandt, Mateus Coutinho e Fausto
Macedo
O Estado de São Paulo
O Ministério Público Federal, em
Pernambuco, denunciou 18 investigados suspeitos de envolvimento em crimes
contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro oriundo de
superfaturamento em obras públicas e pagamento de propinas a agentes políticos
e funcionários públicos. O caso teve início com as apurações sobre a
propriedade da aeronave Cessna Citation PR-AFA, cuja queda provocou a morte do
ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, em 2014. As investigações levaram à
deflagração da Operação Turbulência, em 22 de junho.
De acordo com as apurações, o grupo
atuava desde 2010, ‘mediante o controle de movimentações financeiras
fraudulentas entre pessoas físicas e jurídicas, envolvendo empresas de fachada
e caixa paralelo de empresas em atividade, de maneira eventual – por meio de
empresas coligadas à organização – e continuada – no caso de empresas
gerenciadas pelos membros da organização’.
Os acusados de integrar a organização
montaram estrutura que pode ser divida em quatro categorias: líderes (João
Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana
Vieira), gerentes (Arthur Roberto Rosal, Severnia Divanci de Moura, Paulo
Gustavo Cruz Sampaio e Paulo César Morato, falecido no dia seguinte à
deflagração da Operação Turbulência), colaboradores (João Victor Sobral, Carlos
Roberto de Macedo, Gilberto Pereira da Silva, Pedro Neves Vasconcelos, Carolina
Vasconcelos e Sérgio André Mariz) e subordinados (Bruno Alexandre Moutinho,
Carolina Gomes da Silva, Cledeilson Nogueira, Neusa Maria de Sousa, Silvânia
Cristina Dantas e Vlamir Nogueira de Souza).
Os líderes direcionavam as transações
bancárias ilícitas com auxílio dos gerentes, utilizando as contas bancárias dos
colaboradores e operacionalizando a gestão e a circulação dos recursos ilícitos
por meio dos subordinados. A ligação entre os líderes ficou evidente desde o
início das investigações, pois os três tiveram participação no arrendamento da
aeronave Cessna Citation PR-AFA.
Para a Procuradoria da República, embora
nem todos os denunciados soubessem do funcionamento total do esquema criminoso,
todos tinham consciência e manifestaram vontade de participar da empreitada
ilícita, assumindo os riscos pelo envolvimento na fraude. A pena para o crime
de formação de organização criminosa pode chegar a oito anos de reclusão.
O Ministério Público Federal requereu
ainda a instauração de novo inquérito policial para aprofundar as investigações
a respeito dos crimes de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro
nacional praticados pela organização criminosa, uma vez que ainda estão
pendentes algumas diligências investigatórias para o esclarecimento total a
respeito desses crimes.
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