
A
Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que os 16 adultos
detidos em protesto realizado ontem (4) em São Paulo foram indiciados por
associação criminosa e corrupção de menores. No total, 26 pessoas foram
detidas, entre elas dez adolescentes, que também passaram a noite na
carceragem. Os adolescentes responderão por ato infracional.
Os
manifestantes protestaram ontem (4) contra o presidente Michel temer e pediam
eleições diretas. De acordo com os organizadores, 100 mil pessoas participaram
do ato. A PM não deu estimativas. O protesto transcorreu pacífico, porém ao
final a polícia lançou bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e jatos de
água.
Em
nota, a secretaria informou que, no momento da prisão, os detidos estavam com
“uma barra de ferro, câmeras, celulares, toucas, lenços, máscaras e diversos
frascos contendo líquidos, que foram enviados à perícia para análise da
substância. “Cinco dos jovens carregavam pedras e estilingues em mochilas. Um
celular roubado também foi encontrado com um dos adolescentes”, diz a SSP.
Na sua
página, nas redes sociais, o Movimento Passe Livre (MPL) diz que os objetos
foram “plantados” pelos policiais e que os jovens não são adeptos da tática
black bloc.
Famílias
Do
lado de fora do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na
capital paulista, parentes aguardavam, apreensivos, por informações dos jovens
detidos.
A mãe
de uma das jovens, uma estudante de comunicação social de 19 anos, que preferiu
não se identificar, disse que a filha foi detida de forma violenta em frente ao
Centro Cultural São Paulo, na região do Paraíso, horas antes do início da
manifestação. “Fiquei a noite toda aqui, pelo menos me deixaram ver a minha
filha. Mas, por 8 horas, não nos davam informações, nem deixavam advogados
entrarem”, disse.
A mãe
da jovem disse à reportagem da Agência Brasil que ouviu na delegacia que as
prisões ocorreram por crimes ligados à tática black bloc, investigados pelo
Deic. A secretaria informou que os detidos foram encaminhados ao Deic, uma vez
que o departamento apura a conduta de organizações criminosas.
Juno
Guerreiro David, advogado de um dos detidos, confirmou que há suspeita por
parte da polícia de que os jovens integrem a tática black block. Juno disse que
a informação é equivocada, já que seu cliente, que prefere não se identificar,
tinha intenção apenas de fotografar o trabalho dos socorristas durante a
manifestação. O rapaz tem aproximadamente 20 anos, estuda e trabalha, defendeu
o advogado.
Os
detidos serão encaminhados, após passarem por exame de corpo de delito, para
audiência de custódia, em que se apresentam ao juiz para verificar a
necessidade e adequação da continuidade da prisão. “Muito provavelmente, o juiz
com um certo discernimento, deve colocar todos em liberdade, uma vez que não há
comprovação de que eles lesaram, agrediram alguém, não depredaram patrimônio
público", disse.
O
Passe Livre convocou para as 14 horas uma manifestação em frente ao Fórum da
Barra Funda, zona oeste, onde serão levados os jovens para a audiência de
custódia.
Informações
da Agência Brasil
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