Essa nova Justiça assusta, porque age bem diferente daquela que invalidou todas as provas contra Fernando Sarney colhidas na Operação Faktor.
Por JM
Cunha Santos
No
Maranhão já se viu de tudo. Até juiz eleitoral desfilando em caminhadas e
envergando camisas de candidatos a prefeito e governador. Mas a realidade de
uma nova Justiça, nascente em todo o Brasil e que, de fato, atende aos
princípios da impessoalidade e da imparcialidade, está deixando os corruptos de
cabelo em pé. Vivem o temor das leis. Sente-se isso na equivocada Lei de Abuso
de Autoridade, requentada às pressas no Senado; sente-se isso na acusação
estapafúrdia de que existiu um acordo entre o promotor Paulo Roberto Barbosa
Ramos e a juíza Cristiana Ferraz, para acatamento da denúncia contra a chamada
Máfia da Secretaria da Fazenda, no Maranhão.
Nota-se,
porém, uma diferença. A corrupção, quase sempre, culpava a imprensa por suas
desventuras. Mudaram o alvo. Da mesma forma como tentam criminalizar o juiz
Sérgio Moro pelo teor de decisões decorrentes da Operação Lava Jato, a tropa de
choque da corrupção no Maranhão tenta criminalizar um promotor e uma juíza,
pela denúncia e decisão capazes de por em pratos limpos um violento esquema de
corrupção envolvendo compensações tributárias e isenções fiscais que podem ter
garfado mais de R$ 400 milhões dos cofres do Estado.
Essa
nova Justiça assusta, porque age bem diferente daquela que invalidou todas as
provas contra Fernando Sarney colhidas na Operação Faktor. E os oportunos
esclarecimento e defesa da Associação do Ministério Público, no que diz
respeito ao promotor Paulo Roberto Barbosa Ramos e da Associação dos
Magistrados, no que tange à decisão da juíza Cristiana Ferraz, limita ainda
mais essa ingênua linha de defesa adotada em blogs e sites pelos acusados.
Nem
cabem nessa página todas as acusações de improbidade que pesam sobre pessoas
ligadas ao governo Roseana Sarney. Mas, pela enésima vez, podemos relembrar
algumas: estradas fantasmas, precatório da UTC Constran, os milhões da
Transpetro que teriam ido parar nas mãos de Lobão e José Sarney, os empréstimos
consignados de Adriano Sarney, o R$ 1 bilhão que teria sido desviado da
Secretaria da Saúde na gestão de Ricardo Murad e, claro, os R$ 400 milhões da
Secretaria da Fazenda que, estrepitosamente, deixam a ex-governadora Roseana
Sarney na condição de ré.
Roseana
vê nisso o que chamou de “clara intenção política” e Sarney faz Lênin tremer no
túmulo e Maquiavel desertar do cemitério acusando a outros, que não ele mesmo,
de inveja, ódio e perseguição.
Se é
verdade que o inconsciente vê os homens por detrás das cortinas, são tantas as
denúncias que por si só se descarta a presunção de inocência. Sabe-se, antes mesmo
de qualquer julgamento, que crimes foram cometidos e que, para atender
realmente ao espírito das leis, chegou a hora da punição. Essa é a realidade de
uma nova Justiça, no Brasil e no Maranhão, que está deixando os corruptos
apavorados, de cabelo em pé.
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