Decisão foi tomada no âmbito de uma ação
ajuizada pela Rede que pede que réus não possam estar na linha sucessória da
Presidência da República
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), réu pelo STF por peculato
Breno Pires e Rafael Moraes Moura,
O Estado de S.Paulo
Brasília – O ministro Marco Aurélio
Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu nesta segunda-feira, 5, ao
pedido da Rede Sustentabilidade e concedeu uma medida liminar (provisória)
afastando o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado. A
decisão foi tomada no âmbito de uma ação ajuizada pela Rede que pede que réus
não possam estar na linha sucessória da Presidência da República.
“Defiro a liminar pleiteada. Faço-o para
afastar não do exercício do mandato de Senador, outorgado pelo povo alagoano,
mas do cargo de presidente do Senado o senador Renan Calheiros. Com a urgência
que o caso requer, deem cumprimento, por mandado, sob as penas da Lei, a esta
decisão. Publiquem.”, diz decisão do ministro divulgada no início desta noite
no site do STF.
Renan virou réu quinta-feira passada
(1), quando o STF decidiu, por 8 votos a 3, receber a denúncia da
Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador pelo crime de peculato.
A Rede alega que, com o recebimento da denúncia, “passou a existir impedimento
incontornável para a permanência do referido Senador na Presidência do Senado
Federal, de acordo com a orientação já externada pela maioria dos ministros do
STF”.
O partido pedia urgência na avaliação da
matéria porque, se não houvesse uma análise rápida, o Supremo poderia decidir
sobre a questão depois do fim do mandato de Renan, que se encerra no dia 1º de
fevereiro.
Maioria
Em novembro, o STF formou maioria para que réus não possam fazer parte da linha sucessória do presidente da República, mas o julgamento foi interrompido depois de pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Marco Aurélio foi um dos seis ministros do STF que já votaram pelo veto aos réus na sucessão de Michel Temer.
Em novembro, o STF formou maioria para que réus não possam fazer parte da linha sucessória do presidente da República, mas o julgamento foi interrompido depois de pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Marco Aurélio foi um dos seis ministros do STF que já votaram pelo veto aos réus na sucessão de Michel Temer.
Na última sexta-feira (2), Toffoli e
Marco Aurélio se envolveram em uma “guerra de versões” sobre o processo que
ameaça a permanência de Renan Calheiros da Presidência do Senado.
Um dia depois de Renan se tornar réu
pela primeira vez perante o STF, o gabinete de Toffoli informou, em nota
enviada à imprensa, que ainda não havia recebido os autos do processo e que,
por essa razão, ainda não havia sido iniciado o prazo para devolução da vista.
Segundo o gabinete de Toffoli, os autos do processo, sob relatoria de Marco
Aurélio, só chegaram ao gabinete às 17h20 da última sexta-feira.
O gabinete de Marco Aurélio, por sua
vez, apresentou uma versão diferente dos fatos e alegou que o processo é
eletrônico, não dependendo de deslocamento físico ou formal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário