“Um dos grandes
gargalos do sistema penitenciário nacional, e o maranhense não está fora dessa
realidade, é o número elevado de presos provisórios. No nosso estado, eles
representam 46% da população carcerária”, disse a defensora Caroline Nogueira
O Núcleo de
Execução Penal (NEP), da Defensoria Pública do Estado (DPE/MA), realiza até o
dia 20 deste mês, a 5ª força-tarefa voltada ao sistema penitenciário
maranhense, dos últimos dois anos. Desta vez, o esforço concentrado envolve
sete defensores públicos, que ficarão responsáveis pela análise de processos e
atendimento presencial de 312 dos 401 internos da Unidade Prisional de
Ressocialização São Luís III. Além das forças-tarefas, os atendimentos
sistematizados nos presídios da capital são algumas das ações desenvolvidas
pelo NEP, que em 2016 registrou quase 20 mil atuações.
A força-tarefa
teve início no dia 9 de janeiro, com a análise processual e, desde a última
segunda-feira (16), que os defensores públicos se dirigem à UPR São Luís III
para o atendimento presencial, que ocorre em sistema de rodízio por dias
alternados, sob a coordenação da defensora pública Caroline Christine Barros
Nogueira. A ação conta, ainda, com a participação dos defensores públicos Lize
da Conceição, Bruno Joviniano de Santana, Fábio Machado, Antonio Agnus
Boaventura Filho, Rodrigo Lima e Vinícius Carvalho Goulart.
Casos de
peticionamento de progressão para o regime semiaberto, projeção de benefícios,
cálculo de pena, guias de recolhimento são algumas das medidas previstas na
unidade prisional. Ao final dos trabalhos, os casos que necessitarem de
providências serão enviados para apreciação do Poder Judiciário, no caso, para
as 1ª e 2ª Varas de Execuções Penais, ou aos próprios Juízos da condenação,
quando for o caso de expedição das guias de recolhimento. Em relação aos presos
provisórios, os casos são encaminhados aos defensores que atuam nas Varas
Criminais para as providências cabíveis.
Segundo a
defensora Caroline Christine Barros Nogueira, a manutenção de um cronograma
sistematizado de atendimento concentrado nas unidades prisionais tem favorecido
a redução do clima de tensão e conflitos no sistema penitenciário maranhense.
Em 2016, além da força-tarefa realizada pelo NEP na Unidade Prisional de
Ressocialização São Luís I (antiga Penitenciária de Pedrinhas), a DPE deflagrou
outra duas, em Timon e Imperatriz, garantindo um total de 990 atendimentos aos
presos e outras 1.140 análises processuais.
“Um dos
grandes gargalos do sistema penitenciário nacional, e o maranhense não está
fora dessa realidade, é o número elevado de presos provisórios. No nosso
estado, eles representam 46% da população carcerária. Por essa razão,
entendemos que esse modelo de ação integrada, desenvolvido pela Defensoria
estadual, nos últimos anos, vem dando uma importante contribuição na solução
desses problemas, uma vez que se constitui como importante instrumento de
saneamento das pendências processuais dos presos de cada unidade prisional
selecionada”, frisou.
Balanço
É árduo o
trabalho do NEP na aplicação da Constituição e da Lei de Execução Penal (LEP).
Contando com a atuação de 10 defensores públicos, o núcleo contabilizou 19.806
atuações em 2016, dentre as quais se destaca os 3.609 atendimentos presenciais
a presos nas unidades da região metropolitana de São Luís e outros 3.824
voltados a familiares dos detentos, na sede da unidade, localizada no bairro
Renascença.
Entre as
atribuições dos defensores do NEP cabe, ainda, o atendimento aos apenados que
cumprem penas em regime aberto, livramento condicional, ou penas e medidas
alternativas; a participação em audiências feitas pela 1ª e 2ª Varas de
Execuções Penais de São Luís, com o devido acompanhamento dos mais de oito mil
processos que tramitam na Justiça atualmente; e a atuação em conselhos ligados
ao sistema carcerário.
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