Francisco Zavascki falou à Rádio
Estadão, lembrou que seu pai já havia sido ameaçado e disse que nenhuma
possibilidade pode ser descartada ainda
Daniel Weterman
O Estado de S. Paulo
São Paulo - O advogado Francisco Prehn
Zavascki, filho do ministro Teori Zavascki, que morreu nesta quinta-feira, 19,
em Paraty (RJ), cobrou uma investigação da morte do pai e disse que nenhuma
possibilidade está descartada. "É preciso investigar a fundo e saber se
foi acidente ou não, que a verdade venha à tona seja ela qual for",
afirmou à Rádio Estadão.
Francisco disse que a família está em
contato com colegas próximos para acompanhar os desdobramentos das
investigações. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) já
comunicaram que abriram processos para apurar as causas do acidente.
"Ainda não parei para pensar, não
deu tempo para pensar com mais calma nisso, mas não podemos descartar qualquer
possibilidade. No meu íntimo, eu torço para que tenha sido um acidente, seria
muito ruim para o País ter um ministro do Supremo assassinado", disse.
O filho relatou ainda que havia grupos
contrários às investigações de casos de corrupção no País e que o ministro já
teria recebido ameaças. Ele era relator dos processos da Operação Lava Jato no
Supremo Tribunal Federal (STF), sendo responsável por conduzir os julgamentos
de investigados com foro privilegiado. "Seria infantil dizer que não há
movimento contrário, agora a questão é o que o movimento seria capaz de
fazer", afirmou.
Francisco Zavascki disse que o pai estava
bastante concentrado na homologação das colaborações premiadas de executivos e
ex-executivos da Odebrecht, o que estava programado para ocorrer em fevereiro.
"Ele tinha perfeita noção do impacto que tem no País e que isso poderia
realmente fazer o País ser passado a limpo."
Nenhum comentário:
Postar um comentário