Pedido da PGR afirma que senadores e
ex-presidente formam "quadrilha" que tentou obstruir investigações da
Operação Lava Jato
O ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Edson Fachin autorizou na noite desta quinta-feira (9) a abertura de
inquérito para investigar os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero
Jucá (PMDB-RR), o ex-presidente José
Sarney e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado por tentativa de
obstrução da Operação Lava Jato.
A decisão de Fachin, a primeira desde
que ele foi sorteado como novo relator da Lava Jato na Corte após a morte do
ministro Teori Zavascki, atende ao pedido feito pelo procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, nesta semana.
O pedido de Janot, que afirma que os
peemedebistas formam uma “quadrilha”, tem como base o acordo de delação
premiada de Machado, que gravou seis horas de ligações telefônicas os senadores
e o ex-presidente. Nos diálogos com o ex-diretor da subsidiária da Petrobras,
Sarney, Renan e Jucá fizeram comentários que demonstravam suas intenções de
brecar as apurações da Lava Jato.
Tanto Sarney quanto Renan buscavam
alternativas para influenciar o então relator da operação no STF, Teori
Zavascki, enquanto Jucá foi ainda mais direto: falou em “estancar essa
sangria”.
“É chocante, nesse sentido, ouvir o
senador Romero Jucá admitir, a certa altura, que é crucial ‘cortar as asas’ da
Justiça e do Ministério Público, aduzindo que a solução para isso seria a
Assembleia Constituinte que ele e seu grupo político estão planejando para
2018”, ressalta Rodrigo Janot.
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