Nas redes sociais, o governador Flávio Dino apresentou ofícios encaminhados à Funai, em 2016, solicitando providências para a situação na área do conflito.
"Se políticos tiverem participado ou instigado atos de violência, o governo do Maranhão vai pedir investigação nas instâncias competentes", diz o governador
Com informações de O Estado de São Paulo
A Fundação Nacional do Índio (Funai) informou que vai montar
um "comitê de crise" nesta terça-feira, 2, para lidar com os
desdobramentos dos atos de violência ocorridos neste último domingo, 30, quando
indígenas do Povoado das Bahias, no município de Viana (MA), foram alvos de
ataques de pistoleiros.
"A Coordenação Regional de Imperatriz [da Funai] já está mobilizada
tomando todas as providências necessárias no caso", declarou a autarquia,
por meio de sua assessoria de comunicação. "A procuradoria da Funai está
em contato direto com o delegado do município de Viana, e nossos servidores
acompanharão em loco o inquérito a partir de amanhã. Também será formado amanhã
pela manhã um comitê de crise com os diretores e o presidente da Funai para
prestar toda a ajuda necessária aos feridos e garantir o cumprimento da
lei", informou a fundação vinculada ao Ministério da Justiça.
Segundo informações do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), cinco
índios foram baleados e dois tiveram as mãos decepadas. "Chega a 13 o
número de feridos a golpes de facão e pauladas", declarou o Cimi. Não há,
até o momento, a confirmação de mortes. Cinco indígenas foram transferidos
durante a noite de ontem e a madrugada de hoje para o Hospital Socorrão 2,
Cidade Operária, na capital São Luís. A reportagem tentou contato com o
hospital, sem sucesso.
De acordo com informações da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Aldeli
Ribeiro Gamela foi atingido por um tiro na costela e um na coluna, e teve mãos
decepadas e joelhos cortados. Seu irmão, José Ribeiro Gamela, levou um tiro no
peito. O terceiro atingido foi o indígena e agente da CPT no Maranhão Inaldo
Gamela, com tiros na cabeça, no rosto e no ombro.
O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), usou a rede social Twitter
para publicar documentos nos quais afirma que já tinha pedido ajuda da Funai
sobre os conflitos com o povo gamela em agosto de 2016. Em outubro, aponta uma
carta da Funai, o governo foi informado que não seriam feitos estudos sobre o
processo de demarcação de terras na região porque a Funai não tinha recursos
nem equipe técnica para tocar os trabalhos.
Flavio afirmou que, ao contrário do que foi divulgado pelo Cimi e pela
Comissão Pastoral da Terra, indígenas não teriam tido membros decepados durante
o conflito de domingo. "Até agora não houve nenhuma vítima com mãos
decepadas. Continuamos procurando e cuidando dos 3 hospitalizados",
afirmou no Twitter.
O governador confirmou haver sete vítimas de violência e que, no momento,
nenhuma delas corre risco de morte. "Dos sete, três ainda estão
internados", declarou. "Se políticos tiverem participado ou instigado
atos de violência, o governo do Maranhão vai pedir investigação nas instâncias
competentes", afirmou Dino. Repudio qualquer violência, sejam ou não
indígenas. Tudo será apurado pela Polícia e entregue ao Ministério Público e ao
Poder Judiciário."
Os documentos apresentados pelo governador Flávio Dino nas redes sociais
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