Em depoimento, Joesley Batista contou que foram repassados cerca de R$
500 mi de propina
O empresário Joesley Batista confirmou em sua delação premiada que a JBS
usou doações oficiais para pagar propina a políticos que deram contrapartidas
para beneficiar a empresa. Em depoimento à Procuradoria-Geral da República
(PGR), o empresário explicou como funcionava o esquema de compra de políticos e
confirmou que foram repassados recentemente cerca de R$ 500 milhões para
agentes públicos.
Joesley estimou que a empresa fez doação oficial de cerca de R$ 400
milhões em troca de contrapartidas e mais R$ 100 milhões por meio de moeda em
espécie e notas fiscais falsas. Aos procuradores, Batista confirmou atos de
corrupção que foram cometidos pela empresa, senadores, deputados,
ex-presidentes da República. Joesley afirmou que a maioria das doações oficiais
feitas pela JBS era propina disfarçada por contrapartidas recebidas.
"Tem pagamento via oficial, caixa 1, via campanha, tem via caixa 2,
tem dinheiro espécie. Essa era a forma de pagar. Acontece o seguinte:
combina-se o ilícito, o fato lá de corrupção com o político, com o dirigente do
Poder Público, e daí para frente se procede o pagamento."
"Os pagamentos são feitos das mais diversas maneiras, nota fiscal
fria, seja dinheiro, caixa 2, até mesmo doação política oficial", disse o
empresário. O sigilo das delações foi retirado na manhã desta sexta-feira (19)
pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator das
investigações envolvendo as delações da JBS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário