Procurador-geral da República vê
indícios da participação do parlamentar em crimes contra o sistema financeiro,
lavagem dinheiro e tráfico de influência
Breno Pires, de Brasília
O Estado de São Paulo
A Procuradoria-Geral da República (PGR)
pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito e a autorização
para a quebra de sigilo do senador Edison Lobão (PMDB-MA) apontando indícios da
participação do parlamentar em crimes contra o sistema financeiro, lavagem
dinheiro e tráfico de influência.
O procurador-geral, Rodrigo Janot, diz haver “fortes indícios de que o senador Edison Lobão, na condição de sócio oculto da holding Diamond Mountain Group, teria atuado em favor da captação de recursos em fundos de investimentos da empresa junto à Petrobrás (Petros)”, em 2011, quando era ministro de Minas e Energia. O ministro Luís Roberto Barroso é o relator e deverá responder ao pedido.
O procurador-geral, Rodrigo Janot, diz haver “fortes indícios de que o senador Edison Lobão, na condição de sócio oculto da holding Diamond Mountain Group, teria atuado em favor da captação de recursos em fundos de investimentos da empresa junto à Petrobrás (Petros)”, em 2011, quando era ministro de Minas e Energia. O ministro Luís Roberto Barroso é o relator e deverá responder ao pedido.
A investigação havia iniciado como um
desmembramento de um outro inquérito autorizado por Barroso que apurava suposta
prática de crime contra o Sistema Financeiro Nacional por Luiz Alberto Maktas
Meiches e Marcos Henrique Marques da Costa, representantes legais da empresa
Diamond Capital Group no Brasil, com a menção de suposta participação do
Senador da República Edison Lobão nos fatos relatados. A holding Diamond
Mountain Group está registrada nas Ilhas Cayman.
A PGR acredita que advogado e amigo
pessoal Márcio Coutinho representava Lobão junto ao grupo. E suspeita que, “a
partir da entrada do congressista na sociedade, em razão de sua atuação e
influência política, a Diamond Mountain Capital Group teria sido beneficiada
ilicitamente com o aporte de capital de diversos fundos de investimentos
controlados pelo Governo Federal, dentre eles, o da PETROS (Petrobras)”.
Janot diz que a investigação conta com
informações e documentos por Jorge Alberto Nurkin, ex-sócio da empresa Diamond
Participações Ltda., integrante da holding empresarial Diamond Mountain Capital
Group, e com vários dados obtidos a partir de análise da agenda de Lobão,
mostrando diversas reuniões, no Ministério de Minas e Energia, entre o
congressista, representantes da Diamond Mountain Capital Group e Márcio
Coutinho.
Para a PGR, “a possível intervenção do
congressista em favor de assuntos relativos à Diamond Mountain Group ganha
densidade quando se verifica que há coincidência de datas e horários no
agendamento de compromissos do então Ministro de Minas e Energia e hoje Senador
da República Edison Lobão, com representantes da Diamond Mountain Group e
dirigentes da Petrobras”.
A PGR pediu, além do afastamento do
sigilo bancário de Edison Lobão durante todos os anos de 2011 e 2012, a
autorização para obter dados relacionados aos e-mails trocados por Jorge
Alberto Nurkin, constantes dos autos, para confirmar a autenticidade das cópias
de mensagens eletrônicas fornecidas por ele e para colher o depoimento de
Marcos Henrique Marqucs da Costa, Luiz Alberto Maktas Meichcs, Cleberson
Gavioli, Jorge Alberto Nurkin, Marcílio Ribeiro de Miranda e Eduardo Uchoa
Cintra de Oliveira. Também quer que o Plano de Previdência da Petrobrás,
Petros, informe se já efetuou aporte financeiro nos fundos de investimentos
relativos à Diarnond Mountain Group, especialmente, no período de 2011 a 2012.
A reportagem não conseguiu contato na
noite desta terça-feira com a assessoria do senador para tratar do assunto. Em
outras ocasiões, o senador negou envolvimento em irregularidades.
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