Banco estatal busca completar
expectativa de 10 mil colaboradores, não confirmada no primeiro período do
programa, em março
Aline Bronzati, O Estado de S.Paulo
A Caixa Econômica Federal reabriu um
programa de demissão voluntária extraordinário (PDVE) e espera que a adesão
alcance no máximo 5,480 colaboradores, apurou o Broadcast, serviço de
informação em tempo real da Agência Estado. Na iniciativa anterior, encerrada
em março último, o banco teve a adesão de 4,645 funcionários em um contingente
de 30 mil pessoas elegíveis.
A expectativa da Caixa, em seu PDV
anterior, era alcançar 10 mil colaboradores. Como não chegou no número, o banco
optou por reabrir o programa. Ao final de março, a Caixa contava com 101,505
colaboradores, considerando estagiários e aprendizes. Somente empregados do
banco eram 91,128. Isso significa a redução de 5,863 colaboradores em um ano,
uma vez que já tinha contemplado em seus números o impacto do primeiro PDV que
fez neste ano.
Desta vez, o período de adesão ao
programa de demissão voluntária começa na próxima segunda-feira, 17, e vai até
14 de agosto. Com isso, o desligamento dos funcionários que aderirem ao PDV
deve ocorrer de 24 de julho a 25 de agosto, conforme informações de documento
enviado aos gestores do banco e obtido pelo Broadcast. "O PDVE tem por
objetivo dar suporte financeiro aos empregados que queiram se desligar
voluntariamente da empresa e que se enquadrem nas regras", explica a
Caixa, na carta.
Poderão aderir ao programa de demissão
voluntária do banco público os colaboradores com no mínimo 15 anos de casa;
aposentados pelo INSS até a data de desligamento, exceto quando for por
invalidez; funcionários aptos a se aposentarem até 31 de dezembro de 2017 ou
com adicional de função de confiança/cargo em comissão gratificada até a data
de desligamento.
Em troca, a Caixa está oferecendo apoio
financeiro, em caráter indenizatório e a ser pago em parcela única, de dez
remunerações base do empregado, limitado a R$ 500 mil. Os funcionários que
aderirem, conforme explica o banco, permanecerão com o plano de saúde da
instituição desde que atendam os requisitos estabelecidos pela instituição.
Para os que não se enquadrarem, o banco oferece a permanência no plano por 24
meses, sem prorrogação.
Essa semana, o Bradesco também anunciou
um PDV, o primeiro de sua história. O objetivo do banco, que precisa eliminar
gorduras após a incorporação do HSBC, é alcançar uma adesão de entre 5 mil e 10
mil colaboradores, conforme antecipou o Broadcast na última quinta-feira, 13. O
prazo de adesão é parecido ao da Caixa. Começa na próxima segunda-feira, 17, e
vai até 31 de agosto. O público-alvo inclui todo o conglomerado Bradesco, mas
apenas para funcionários com mais de dez anos de casa e não está disponível
para todos os departamentos, de acordo com fontes.
O Bradesco contava com 106,644
funcionários em março último, número 16,68% maior do que o visto um ano antes,
ou seja, antes da integração do HSBC, que começou a ser considerado nos
demonstrativos financeiros da instituição em julho de 2016 e adicionou cerca de
20 mil colaboradores ao quadro do banco. Já o Banco do Brasil fez, no ano
passado, um plano de incentivo à aposentadoria. Na ocasião, a instituição
conseguiu a adesão de 9,4 mil funcionários num horizonte possível de 18 mil
servidores. O banco tem dito que não deve fazer outro movimento nesta direção.
As iniciativas dos bancos, seja do lado
de demissões voluntárias ou incentivo à aposentadoria, ocorrem em meio à um
movimento de reestruturação das redes físicas, com a maior relevância dos
canais digitais, que já representam a maioria das transações bancárias, e ainda
do internet banking. Além de fechar algumas unidades, as grandes instituições
de varejo no País estão readequando as agências, transformando-as em espaços de
negócios já que, cada vez mais, os correntistas fazem transações pelos seus
celulares e tablets.
Ao final de março último, os cinco
maiores bancos do País reuniam 19,220 agências, conforme dados disponíveis nos
balanços de Bradesco, Itaú Unibanco, BB, Santander Brasil e Caixa. O número
indica a redução de apenas 142 unidades em um ano. Desconsiderando as 851
agências agregadas ao Bradesco por conta da integração do HSBC, a redução se
aproxima de mil agências. Já em termos de funcionários no Brasil, os cincos
maiores bancos somavam quase 426 mil colaboradores no primeiro trimestre, enxugamento
de cerca de 3,800 pessoas em um ano. Aqui, também se descontado o contingente
do HSBC, a redução seria bem maior.
Procurada, a Caixa confirmou a
reabertura do programa de demissão voluntária extraordinário.
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