do Blog do Garrone
A contratação da empresa M.S.
Informática e Consultoria pela 1ª Zona de Registro de Imóveis de São Luís em
2014 é mais um carimbo que autentica as suspeitas que recaem sobre a
desembargadora Nelma Sarney e o delegatário Ricardo da Silva Gonçalves, nomeado
por ela quando no cargo de
corregedora-geral de Justiça para responder interinamente pelo cartório mais
rentável do Maranhão, com faturamento médio mensal entre 1 e 2 milhões de reais.
Pertencente aos sócios Fábio Henrique
Sales Souza, identificado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(COAF) por movimentações bancárias suspeitas vinculadas ao deputado Edilázio
Júnior, genro da desembargadora, e Fábio Tito Soares, sobrinho por parte do seu
marido, Ronald Sarney, irmão de José Sarney, a M.S. Informática foi contratada
por R$ 750 mil para prestar serviços de informática como parte de um projeto de
modernização do cartório de imóveis com a autorização expressa da
ex-corregedora.
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Decisão de Nelma Sarney aprovando a contratação da empresa que tem como sócio o próprio sobrinho, Fábio Tito Soares |
Além dos laços familiares, a contratação
da M.S. chama a atenção pela forma com que foi autorizada. Nelma Sarney se
limitou a deferir o pedido de Gonçalves, sem qualquer análise motivada e
fundamentada para a escolha da referida empresa.
Em seu requerimento, Ricardo Gonçalves
não apresentou cotação de preço e justificou a indicação por não ter encontrado
no mercado uma empresa que tivesse capacidade e aptidão para desenvolver o projeto
de modernização tecnológica previsto, além da M.S. “que já desenvolve
atividades semelhantes para o TJ/MA, Governo do Maranhão, Detran, Alumar”, etc.
(Leia Aqui)
Gabarito constatado em 2015, quando
auditoria da Secretaria de Estado de Transparência e Controle descobriu que em
um dos contratos celebrados durante o governo Roseana Sarney, a M.S. teria
superfaturado preço, não prestado todos os serviços contratados e não teve
impostos retidos na fonte; dentre outras irregularidades que provocaram um prejuízo
de R$ 4,2 milhões aos cofres públicos.(Veja Aqui)
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Decisão do TJ datada de 01 de outubro autorizando o projeto de modernização proposto por Ricardo Gonçalves |
Por mais que se considere as “atividades
semelhantes” como suficientes para a escolha direta da empresa do sobrinho e do
aliado de Edilázio, a contratação da M.S. contraria a determinação do Conselho
Nacional de Justiça que só permite a contratação ou qualquer outro tipo de
gasto realizada pelos designados interinamente, como no caso de Ricardo
Gonçalves, com a devida autorização do tribunal de Justiça.
Nota fiscal de R$ 250 mil emitida no dia
29 de setembro de 2014 referente ao pagamento da primeira etapa realizada 30
dias antes – o projeto foi dividido em três – revela que a “modernização”
começou bem antes da Sessão Administrativa do Órgão Especial do TJ/MA, que
aprovou o projeto em 01 de outubro.
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Nota fiscal emitida dia 29 de setembro por serviços prestados 30 dias antes pela M.S sem a autorização do TJ |
Se contados os dias, a empresa do parente
e do correligionário começou a “trabalhar” tão logo a então corregedora Sarney
autorizou a contratação extraordinária de serviços de informática em 25 de
agosto, sem sequer esperar o referendo da presidência do tribunal, que no dia
24 de setembro submeteu a questão a julgamento administrativo pelo Órgão
Especial.
Era como se já se fosse favas contadas!
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