Por Josias de Souza
Passadas as festividades do Natal e do
Ano Novo, o governo inaugurou 2018 com os olhos voltados para a próxima festa
do calendário. Michel Temer carnavalizou sua administração. Num instante em que
mais de 12 milhões de brasileiros amargam os efeitos do desemprego, o
presidente negocia o cargo de ministro do Trabalho numa gangorra que tem o PTB
de Roberto Jefferson numa ponta e José Sarney na outra.
Quando Sarney interrompe sua
aposentadoria para vetar a nomeação de um ministro indicado pelo PTB, a plateia
fica autorizada a suspeitar que o Brasil é governado pelo time reserva do PMDB.
Num ambiente assim, os nomes inadequados cogitados para o ministério tornam-se
secundários. O que desanima é o ponto a que chegou o Brasil.
Conhecíamos a democracia condicional.
Nela, qualquer um podia ser presidente, desde que usasse farda e tivesse quatro
estrelas. Chegou-se à Presidência acidental de Sarney. É parecido com o rei
Momo. A diferença é que o Carnaval de dura o ano inteiro e Sarney não precisa
sentar no trono para reinar.
Dono de um inesgotável poder presumido,
Sarney mandou sob Lula e Dilma. E desmanda sob Temer. Em ritmo de
skindô-skindô, o exercício formal da Presidência seria um rebaixamento para
Sarney.
Esse morto-vivo que atende pelo codinome de Sarney é um ser tão ruim que nem o inferno quer ele por lá.
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