Pouco
a perder com a intervenção no Rio
Por Ricardo Noblat
À procura de uma nova fantasia para
desfilar com ela nos meses que lhe restam de governo, o presidente Michel Temer
encontrou uma que poderá agradar o distinto público: o de rigoroso guardião da
ordem pública ameaçada pelo crime organizado ou espontâneo.
A decisão de intervir na segurança do
Rio de Janeiro e de criar o Ministério da Segurança Pública a ser entregue ao
delegado aposentado José Beltrame faz todo sentido se bem executada. Beltrame é
bom de serviço. E o governo do Rio não tem condições de cuidar de mais nada.
A pagar o desgaste, sem nada em troca,
de assistir de braços cruzados à repetição das cenas que chocaram meio mundo
durante o carnaval carioca, Temer escolheu enfrentar o risco de sair de sua
zona de conforto. Melhor tentar fazer alguma coisa do que apenas observar.
Tem pouco a perder e sempre poderá
ganhar alguma coisa com isso. A reforma da Previdência Social ficará para o
próximo presidente como já ficaria – Temer carece de votos para aprová-la. O
general que comandará a segurança pública no Rio encarnará a nova versão de
Temer fardado.
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