A
Secretaria Municipal de Saúde Pública de Campo Grande informou, em nota, que
vai apurar o caso
Louise Queiroga
O Globo
RIO — A Secretaria Municipal de Saúde
Pública (Sesau) de Campo Grande vai apurar o caso de um post no Facebook
atribuído a uma médica, afirmando que era "dia de maldade" e de dar
alta a pacientes dependendo do voto de cada um. Uma captura de tela do texto
gerou revolta nas redes sociais. O perfil de Beatriz Padovan Vilela foi
excluído.
"Hoje é dia de maldade. Perguntar
pro paciente em quem vai votar antes da alta. Dependendo da resposta, alta só
segunda!! #B17 É dessa vitamina que o povo brasileiro precisa!", dizia a
publicação.
Uma crítica à atitude da médica
publicada no Twitter na manhã deste domingo já angariou quase 2 mil curtidas e
cerca de 1,1 mil compartilhamentos.
"Fica a observação para vocês
tomarem cuidado", escreveu uma usuária do Twitter.
"Nossa! Que falta de ética! Tem que
denunciar para o CRM!!", afirmou outra internauta.
Em nota, a Sesau orientou que o caso
seja denunciado ao Conselho Regional de Medicina do Mato Grosso do Sul, que
"pode proceder na abertura de sindicâncias e processos
disciplinares". A assessoria de imprensa do CRM-MS informou ao GLOBO que a
denúncia foi recebida na noite deste sábado e será encaminhada ao setor
responsável.
"O Conselho Regional de Medicina do
Mato Grosso do Sul esclarece que a entidade é uma autarquia federal sem
posicionamento ou direcionamento político, sendo assim, a denúncia sobre a
médica será encaminhada para o setor responsável para análise dos fatos e
possível abertura de sindicância", diz o comunicado.
A Sesau ressaltou que "não concorda
e não corrobora com opiniões, seja de conotação política ou não, que contrariem
os códigos éticos profissionais, neste caso o da medicina, uma vez que o mesmo
reforça que o profissional jamais utilizará seus conhecimentos para causar
sofrimento físico ou moral do ser humano ou para permitir e acobertar tentativa
contra sua dignidade e integridade".
No entanto, a pasta disse ainda que
"não há nenhuma restrição sobre o livre pensamento, sendo o mesmo
assegurado legalmente, considerando a liberdade individual dos servidores nas
suas relações privadas, especialmente no uso de perfis pessoais nas redes sociais,
sendo os mesmos responsáveis por responder cível e criminalmente pelos seus
atos".
Leia abaixo, na íntegra, a nota da Sesau
de Campo Grande:
"A
SESAU não concorda e não corrobora com opiniões, seja de conotação política ou
não, que contrariem os códigos éticos profissionais, neste caso o da medicina,
uma vez que o mesmo reforça que o profissional jamais utilizará seus
conhecimentos para causar sofrimento físico ou moral do ser humano ou para
permitir e acobertar tentativa contra sua dignidade e integridade.
Por
outro lado, é importante lembrar que não há nenhuma restrição sobre o
livre pensamento, sendo o mesmo assegurado legalmente, considerando a liberdade individual dos servidores nas
suas relações privadas, especialmente no uso de perfis pessoais nas redes
sociais, sendo os mesmos responsáveis por responder cível e criminalmente pelos
seus atos.
A
formalização de eventual denúncia seja coletiva ou individual em razão da
manifestação da profissional também deve ser feita ao Conselho Regional de
Medicina que pode proceder na abertura de sindicâncias e processos
disciplinares.
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