O jovem Fernando Alves Lobato, em sua
página no facebook, apresenta sua versão para a ocorrência envolvendo um cabo
da PM e seu irmão, na Curva do Noventa, em São Luís, na manhã de quarta-feira (24). Durante uma discussão, antecedida de luta corporal, o cabo Fernando Pinheiro da Silva, que não estava de serviço, disparou um tiro de pistola na perna de Cleison Macksuel Castro
Alves. Pela versão da PM, o militar teria reagido a um
assalto, pois três homens tentaram lhe tomar a pistola.
Na versão de Fernando Alves, no entanto,
o caso foi uma discussão de trânsito, culminando com luta corporal entre o PM e
seu irmão. Segundo ele, Cleison Alves saiu de casa a pedido da mãe, Alcione,
apenas para ir à autoescola Sinal Verde para realizar um orçamento da sua
carteira de habilitação. Quando ele estava passando em frente da empresa Multcar,
deparou-se com um veículo que estava entrando na loja, mas, o irmão não prestou
atenção e, por pouco, o motorista não encosta o carro nele.
“Meu irmão pediu com licença e perguntou
se o motorista iria bater o carro nele, com isso, o motorista já alterado desce
do carro e pergunta para ele: "você perdeu a noção do perigo?", eles
discutiram e foram para luta corporal, ou seja, não houve nenhuma tentativa de
assalto e sim uma discussão de trânsito. Tudo isso é uma grande mentira e por
causa dessas mentiras minhas imagens ficaram expostas em todos os telejornais e
internet em São Luís e em todo o estado do Maranhão.”, desabafa Fernando Alves.
Ele diz, ainda, que os policiais que
foram ao local da ocorrência, agiram com violência ao algemá-lo e colocá-lo em
uma viatura.
“O motorista do veículo da confusão
(Policial) veio com mais três companheiros em minha direção, me pegaram, me
colocaram algemas com agressividade, me jogaram como um saco de lixo humano na
viatura e por fim acharam que era pouco e pegaram o spray de pimenta,
borrifaram no meu rosto e me deixaram na viatura fechada no sol muito quente,
por causa disso, fiquei com muita falta de ar”, acrescenta.
Baseado em boletim de ocorrência distribuído à imprensa pela PM, o blog tratou o caso, inicialmente, como assalto.
Baseado em boletim de ocorrência distribuído à imprensa pela PM, o blog tratou o caso, inicialmente, como assalto.
Leia a íntegra do relato feito por
Fernando Alves
INJUSTIÇA
Meus
amigos queria informar a vocês sobre o acontecido do dia 24 de outubro de 2018,
por volta das 09:07 da manhã de quarta-feira.
Estou
aqui falando com toda certeza que eu (Fernando) e o meu irmão (Cleison) não
fizemos nada de errado, quem me conhece sabe do meu caráter e da minha
trajetória. O meu irmão (Cleison), saiu de casa a pedido da nossa mãe (Alcione)
apenas para ir à autoescola SINAL VERDE para realizar um orçamento da sua
carteira de habilitação, entretanto, quando ele estava passando quase em frente
da empresa MULTCAR, se deparou com um veículo que estava entrando nessa loja,
mas, o meu irmão não prestou atenção nesse carro e por pouco o motorista não
encosta o carro nele.
Meu
irmão pediu com licença e perguntou se o motorista iria bater o carro nele, com
isso, o motorista já alterado desce do carro e pergunta para ele: "VOCÊ
PERDEU A NOÇÃO DO PERIGO?", eles discutiram e foram para luta corporal, ou
seja, NÃO HOUVE NENHUMA TENTATIVA DE ASSALTO E SIM UMA DISCUSSÃO DE TRÂNSITO.
Tudo isso é uma grande mentira e por causa dessas mentiras minhas imagens
ficaram expostas em todos os telejornais e internet em São Luís e em todo o estado
do Maranhão.
Minha
família está muito mal com tudo isso e ainda por cima trocaram os nossos nomes
nos telejornais e internet, sendo que, eu não estava no momento do ocorrido, só
cheguei logo após uma ligação que um ex-colega de trabalho fez para mim e fui
ao encontro do meu irmão para tentar ajudá-lo, saber o que estava acontecendo
(qualquer um iria ajudar seu irmão, ou não iria???), só que quando cheguei lá
encontrei o meu irmão e o motorista já no chão brigando.
O
condutor do veículo estava armado, então resolvi filmar, só que ele percebeu e
partiu para cima de mim apontando a arma na minha face, então eu ouvi as
pessoas gritarem “ele é policial” daí naquele momento eu soube que ele era um
policial. Ele dizia “não vem que eu vou te atirar” apontando a arma para mim,
daí ele voltou-se em direção ao meu irmão e disparou na perna dele como mostra
o vídeo.
Quando
eu corri em direção ao meu irmão, já baleado injustamente, para tentar
ajudá-lo, ele perguntou se eu queria levar o meu (tiro) também, em seguida
minha mãe chegou através do meu ex-colega de trabalho que foi buscá-la em nossa
casa.
Quando
a minha mãe chegou desesperada, chorando muito, ela ficou perto do meu irmão e
pediu para eu ir buscar a documentação dele em casa e eu fui, quando eu cheguei
novamente para entregar os documentos do Cleison para minha mãe, já estava
cheio de carros de polícia no local.
O
motorista do veículo da confusão (Policial) veio com mais três companheiros em
minha direção, me pegaram, me colocaram algemas com agressividade, me jogaram
como um saco de lixo humano na viatura e por fim acharam que era pouco e
pegaram o spray de pimenta, borrifaram no meu rosto e me deixaram na viatura
fechada no sol muito quente, por causa disso, fiquei com muita falta de ar como
vocês podem ver nas imagens acima (eu sou o que está em pé, muito suado e com
as algemas apertadas demais).
Depois
de um tempo me levaram para delegacia, chegando lá o próprio policial da
confusão perguntou pelo meu telefone celular e eu disse que estava em casa, logo
em seguida fomos à minha casa e eu ainda algemado, ele pediu a senha para poder
apagar o vídeo que eu fiz mostrando como era o comportamento de verdade desse
(policial) desprovido de educação e totalmente despreparado para exercer a sua
função na sociedade, meu irmão só queria passar e ele fez toda essa confusão
que se estende em mentiras e mais mentiras.
Minha
mãe não era para estar passando por isso, inclusive, dá para ver nas imagens
que ela tem problemas nas pernas, ela tem “elefantíase”. Estou sofrendo muito
por que ela está se desgastando demais devido a esse mal entendido, peço a
todos os meus amigos e a todas as pessoas que já foram injustiçadas que me
ajudem. Essa situação acontece todos os dias principalmente com os negros e
pessoas simples como eu, isso não pode ficar assim.
QUE
A JUSTIÇA SEJA FEITA!
Por
favor, divulguem esse relato.
Isso
foi um crime contra nós
Fernando
Alves
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