Em
cerimônia fechada, ex-presidente lembra que Arthur, de 7 anos, sofria bullying
na escola por ser seu parente
Liberado pela Justiça para acompanhar o
velório e a cerimônia de cremação de seu neto Arthur, de 7 anos, que morreu
vítima de meningite na sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
atacou os responsáveis por sua condenação na Lava-Jato e lembrou que o garoto
sofria bullying na escola por ser seu neto. As declarações foram dadas em um
ambiente fechado, onde não foram permitidas gravações nem a presença de
jornalistas.
— As pessoas que me condenaram... duvido
que elas possam olhar para os netos como eu olhava para você — disse Lula,
dirigindo-se ao corpo do neto, de acordo com relatos.
Lula prometeu ainda provar a inocência
em memória de Arthur, que, segundo o ex-presidente, enfrentou problemas na
escola devido ao parentesco:
— Você sofreu muito bullying por ser meu
neto. Eu vou provar minha inocência e vou levar para o céu o meu diploma de
inocente. Vou provar quem é ladrão e quem não é.
O ex-presidente chegou ao cemitério
Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, às 11h07 cercado
por um forte aparato de segurança da Polícia Federal (PF). Dezenas de policiais
militares também ocuparam o cemitério.
O petista desceu do carro já bastante
emocionado e acenou para as centenas de apoiadores que estavam na parte interna
do cemitério, mas do lado de fora prédio onde ocorria o velório.
Lula entrou no prédio chorando, segundo
relatos dos presentes. No caminho até o caixão foi abraçando familiares, amigos
e lideranças petistas. Participaram da cerimônia, entre outros, o ex-prefeito
Fernando Haddad, a ex-presidente Dilma Rousseff, o governador da Bahia, Rui
Costa, e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
O ex-presidente ficou uma hora e 50
mintos no local. Recebeu um telefonema de condolências do ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes por meio do celular de Gilberto Carvalho,
seu ex-chefe de gabinete.
Passou boa parte do tempo próximo ao
caixão fazendo carinho no corpo de Arthur e abraçado a um amigo do neto. Os
cinco filhos do petista, Luis Cláudio, Sandro (pai do Arthur), Fabio Luis,
Marcos e Lurian estavam presentes.
Do lado de fora, seis agentes da PF
armados com fuzis protegiam a porta por onde Lula entrou. Simpatizantes que não
puderam acompanhar a cerimônia gritavam palavras de apoio.
Depois do velório, o corpo de Arthur foi
levado para a sala de cremação. Um padre e dois pastores fizeram uma celebração
religiosa. Antes do corpo ser baixado, Lula falou algumas palavras. Agradeceu a
solidariedade dos presentes e disse que não se conformava de ver um neto ir
embora antes do avô.
— Vai encontrar a Marisa e espera pelo
vovô — afirmou Lula, em referência a sua mulher, a ex-primeira-dama Marisa
Leticia, que morreu há dois anos.
Com informações de O Globo
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