Governadores de 14 estados elaboraram uma
carta contra o decreto de Bolsonaro que liberou o porte de armas e a compra de
munição no país. Eles pedem que o Executivo, Judiciário e Legislativo atuem
pela “imediata revogação” do dispositivo. “Julgamos que as medidas previstas
não contribuirão para tornar nossos estados mais seguros”, afirmam.
Assinam o documento os governadores do
Maranhão, Distrito Federal, Piauí, Pará, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Espírito
Santo, Bahia, Ria Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Amazonas e Tocantins.
Leia a íntegra da carta.
Carta
dos Governadores sobre o Decreto Presidencial n. 9.785 (07 de maio de 2019) e a
Regulação Responsável de Armas e Munições no País
Como governadores de diferentes estados do
país, manifestamos nossa preocupação com a flexibilização da atual legislação
de controle de armas e munições em razão do decreto presidencial n. 9.785 (07
de maio de 2019) e solicitamos aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
da União que atuem tanto para sua imediata revogação como para o avanço de uma
efetiva política responsável de armas e munição no país.
Sabemos que a violência e a insegurança
afetam grande parte da população de nossos estados e que representam um dos
maiores obstáculos ao desenvolvimento humano e econômico do Brasil. Nesse
contexto, a grande disponibilidade de armas de fogo e munições que são usadas
de maneira ilícita representa um enorme desafio para a segurança pública do
país e é preciso enfrentá-lo.
Por essa razão, é urgente a implementação
de ações que melhorem a rastreabilidade das armas de fogo e munições durante
toda a sua existência, desde sua produção. Também é fundamental aumentar os
meios de controle e fiscalização para coibir os desvios, enfrentar o tráfico
ilícito e evitar que as armas que nascem na legalidade caiam na ilegalidade e
sejam utilizadas no crime. Reconhecemos que essas não são soluções mágicas, mas
são condições necessárias para a melhoria de nossa segurança pública.
Diante deste cenário, e a partir das
evidências disponíveis, julgamos que as medidas previstas pelo decreto não
contribuirão para tornar nossos estados mais seguros. Ao contrário, tais
medidas terão um impacto negativo na violência — aumentando por exemplo, a
quantidade de armas e munições que poderão abastecer criminosos — e aumentarão
os riscos de que discussões e brigas entre nossos cidadãos acabem em tragédias.
As soluções para reverter o cenário de
violência e insegurança no país serão fortalecidas com a coordenação de
esforços da União, Estados e Municípios para fortalecer políticas públicas
baseadas em evidências e para implementar o Plano Nacional de Segurança Pública
e Defesa Social, fortalecendo a prevenção focalizada nas populações e
territórios mais afetados pela violência e a repressão qualificada da
criminalidade.
Brasil seguro para as atuais e futuras
gerações.
IBANEIS ROCHA - Governador do Distrito
Federal
FLÁVIO DINO - Governador do Estado do
Maranhão
WELLINGTON DIAS - Governador do Estado do
Piauí
PAULO CÂMARA - Governador do Estado de
Pernambuco
CAMILO SANTANA - Governador do Estado do
Ceará
JOÃO AZEVEDO - Governador do Estado da
Paraíba
RENATO CASAGRANDE - Governador do Estado
do Espírito Santo
RUI COSTA - Governador do Estado da Bahia
FÁTIMA BEZERRA - Governadora do Estado do
Rio Grande do Norte
RENAN FILHO - Governador do Estado de
Alagoas
BELIVALDO CHAGAS - Governador do Estado de
Sergipe
WALDEZ GÓES - Governador do Estado do
Amapá
MAURO CARLESSE - Governador do Estado do
TocantinSHÉLDER BARBALHO – Governador do Estado do Pará
O governador Flávio Dino (PCdoB) do
Maranhão compartilhou a carta em sua conta no Twitter:
Retificando: somos 14 governadores. O governador Hélder Barbalho também assina a carta sobre liberação de armas. Então, temos: Maranhão, Pará, Amapá, Tocantins, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Distrito Federal, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Espírito Santo, Piauí e Sergipe.— Flávio Dino (@FlavioDino) 21 de maio de 2019
BANDIDO PODE TER ARMA, CIDADÃO DE BEM NÃO PODE, ONDE ESTAMOS E COMO FICA A DEFESA DAS PESSOAS QUANDO AMEAÇADAS E VIOLENTADAS.
ResponderExcluir