Essa é a primeira
mensagem de voz divulgada pelo site The Intercept. Na conversa, o procurador
pede silêncio de colegas sobre liminar do STF
Um áudio mostra o coordenador da Lava Jato
no Paraná, Deltan Dallagnol, comunicando outros procuradores da força-tarefa
sobre uma liminar do ministro Luiz Fux, que derrubou uma decisão de Ricardo
Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), que liberava o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para conceder entrevista.
Na mensagem de voz, Dallagnol pede que os
integrantes da operação não divulguem a decisão do magistrado para que não haja
tempo da defesa do petista entrar com recurso.
Essa é a primeira mensagem de voz
divulgada pelo site The Intercept. Na conversa, o procurador pede silêncio de
colegas sobre liminar do STF.
“Não vamos alardear isso aí, para evitar a
divulgação enquanto for possível”, orientou o coordenador da Lava Jato. E
seguiu: “Porque quanto antes divulgar isso, vai ter recurso do outro lado, ou
vai para plenário. O pessoal pediu para não comentar isso e evitar recurso de
quem tem uma posição contrária a nossa”, disse. “Mas a notícia é boa, para
começar bem o final de semana.”
O jornalista e editor do The Intercept,
Glenn Greenwald, comentou sobre o caso em seu Twitter. “Primeiro áudio
publicado, de Daltan Dallagnol: ouça como ele comemorou secretamente a decisão
do Fux revogando autorização a @folha entrevistar Lula 12 dias antes da eleição
pq, como já reportamos, eles queriam impedir vitória de Haddad”.
“Além das motivações políticas impróprias
que sempre negou publicamente, observe que Deltan – além da alegria que Lula
ficaria em silêncio – a) tinha conhecimento secreto e prévio da decisão de Fux
e b) especificamente queria ocultá-la para impedir que a Folha pudesse
recorrer”, completou o jornalista.
Na manhã do dia 28 de setembro de 2018, a
imprensa noticiou que o ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizara Lula a
conceder uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
Em um grupo no Telegram, os procuradores
imediatamente se movimentaram, debatendo estratégias para evitar que Lula
pudesse falar. Para a procuradora Laura Tessler, o direito do ex-presidente era
uma “piada” e “revoltante”, o que ela classificou nos chats como “um verdadeiro
circo”. Uma outra procuradora, Isabel Groba, respondeu:
“Mafiosos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!”
Deltan era esperado nesta terça-feira (9)
na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Diante da recusa
parlamentares articulam novo pedido de informações ao procurador.
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