Deputada votou a favor
das mudanças na aposentadoria, contra o que tinha concordado com o partido em
março.
O PDT divulgou nesta sexta-feira (12), em
sua página na internet e em redes sociais, um vídeo da convenção do partido, em
18 de março, que aprovou o fechamento de questão contra a reforma da
Previdência apresentada pelo governo de Jair Bolsonaro. A deputada Tabata
Amaral (PDT-SP), que na última quarta votou a favor das mudanças na
aposentadoria, estava presente ao encontro, realizado em Brasília.
A gravação mostra Tabata, sorridente, ao lado
do presidente do PDT, Carlos Lupi, que comandava os trabalhos. Na sequência há
um corte na imagem e Lupi aparece perguntando aos convencionais quem era
favorável a fechar questão contra a reforma da Previdência. Todos levantaram os
crachás e a proposta foi aprovada por unanimidade.
Tabata e outros sete deputados do PDT
enfrentarão processo na Comissão de Ética do partido, a partir da próxima
quarta-feira, e correm risco de expulsão. Na convenção de março, Lupi chegou a
questionar se havia alguém na plateia que gostaria de continuar a discussão
sobre o assunto. Ninguém mais se manifestou, nem mesmo Tabata.
"Quero registrar (..) que foi
aprovado por unanimidade dos presentes o fechamento de questão contra a reforma
da Previdência", discursou o presidente do PDT, na ocasião. Lupi disse
nesta sexta que o processo contra Tabata e seus colegas deve demorar de 45 a 60
dias nas instâncias do partido. "Mas todos terão direito de defesa",
ressalvou.
"Aqui é democracia e tudo o que
fazemos é pelo convencimento. Não tem emenda, não tem método não ortodoxo que
Bolsonaro disse que ia abolir e está liberando. "Ao ser questionado sobre
o argumento, usado por alguns deputados "rebeldes", de que o
texto-base aprovado pela Câmara é diferente da proposta original enviada pelo governo,
Lupi foi irônico. "Isso está parecendo aquela história do governo, que
tirou o bode da sala, o fim do Benefício de Prestação Continuada (BPC), e botou
lá uma cama cheia de pregos para o trabalhador deitar", afirmou ele.
O presidente do PDT afirmou, ainda, que
"a esmagadora maioria" do partido defende a expulsão de Tabata e dos
outros desobedientes, mas não confirmou a punição. A deputada integra o
movimento "Acredito", que apoia mudanças na aposentadoria.
"Tem gente que já pergunta: mas ela
obedece ao Acredito ou ao PDT?", observou Lupi. Na prática, o PDT teme
perder força no Congresso porque há um entendimento em vigor no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) segundo o qual o partido não pode pedir de volta o
mandato do parlamentar, mesmo que ele seja expulso. Se os oito deputados que
votaram a favor da reforma da Previdência forem defenestrados, o PDT sofrerá
importante revés, pois ficará com uma bancada de 19 deputados.
"Estou tentando construir uma saída,
mas não posso dar prêmio nem salvo-conduto para quem votou contra uma
determinação do partido, aprovada por unanimidade", insistiu Lupi.
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