Político foi preso por
suspeita de atrapalhar as investigações que apuram o desvio de R$ 108 mil reais
dos cofres da Câmara de Bom Jardim. Prisão preventiva foi decretada nesta terça
(13).
O vereador do município de Bom Jardim,
Antônio Cesarino (PROS), foi transferido nesta quarta-feira (14) para a Unidade
Prisional de Santa Inês. Ele foi preso por suspeita de atrapalhar as
investigações relativas a um processo que apura desvios de dinheiro dos cofres
da Câmara de Vereadores do município.
A prisão de Cesarino foi realizada por
conta de um pedido do Ministério Público do Maranhão (MPMA) que investiga as
irregularidades nos cofres públicos de Bom Jardim, município localizado a 275
km de São Luís.
De acordo com o MP, o vereador e sua
esposa, Ana Lídia Cesarino, teriam desviado R$ 108 mil em 2012. Na época, Ana
Lídia era presidente da Câmara de Vereadores.
O pedido de prisão preventiva do político
havia sido solicitado desde a semana passada pelo Promotor de Justiça, Fábio
Oliveira Santos, mas havia sido negado.
Também foi solicitada a prisão de Ana
Lídia, mas a Justiça decretou somente a de Cesarino. Para a mulher, foram
impostas medidas cautelares como não se ausentar da cidade e não se aproximar
de alguns prédios públicos.
Antônio Cesarino e a esposa Ana Lídia
Cesarino são suspeitos de desviar mais de R$ 100 mil dos cofres da Câmara de
Vereadores de Bom Jardim (MA) — Foto: Reprodução/TV Mirante
Cesarino passou a noite na Delegacia de
Bom Jardim, foi transferido para a regional de Santa Inês e em seguida, para a
Unidade Prisional do município. Segundo o MP, ele já estava sendo monitorado
por meio do uso de uma tornozeleira eletrônica desde a semana passada.
“Nós pedimos a prisão dele tanto para a
garantia da ordem pública quanto para a conveniência da instituição criminal,
haja vista que desde o primeiro momento ele já tentou assediar testemunhas e
inclusive, no próprio Ministério Público. Ele teve a coragem de tentar
intimidar uma testemunha do MP dentro da nossa Promotoria”, disse o promotor.
As investigações
O MP recebeu denúncias de que os dois
também estavam falsificando, coagindo e aliciando funcionários e
ex-funcionários da Câmara de Bom Jardim, para que assinassem recibos
confirmando que receberam dinheiro da casa. Juntos, a quantia dos recibos pode
chegar a R$ 100 mil reais, o que segundo o MP, explicaria o desaparecimento do
dinheiro público.
“Inclusive um ex-servidor que mora no Mato
Grosso mandou por WhatsApp um recibo datado de dezembro de 2014, pedindo que
ele assinasse aquele recibo. Ele [o servidor] ficou espantado porque nem mesmo
tinha recebido o valor e o vereador tendo a cara de pau de mandar um recibo
ideologicamente falso para ele assinar”, explicou o promotor de Justiça, Fábio
Santos Oliveira.
Outras condenações
Além desta condenação, Antônio Cesarino
possui outra que foi concedida pela Justiça no início deste ano. O político foi
acusado de fraudar documentos enquanto tentava se eleger presidente do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bom Jardim, em 2010.
Segundo o Ministério Público, ele prometia
pagar mensalidades atrasadas de associados do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais em troca do voto, mas dava aos lavradores comprovantes falsos de
quitação. Ele foi condenado a quatro anos e cinco meses de prisão, mas ganhou o
direito de recorrer em liberdade e de usar tornozeleira eletrônica.
O político ficou conhecido em todo o
Maranhão quando foi preso em 2014 junto com ex-prefeita de Bom Jardim, Lidiane
Leite, conhecida como ‘prefeita ostentação’ e o marido dela, Beto Rocha. Os
três são acusados de desviar dinheiro público destinado à educação de Bom
Jardim e usado para a compra de merenda escolar e a reforma de unidades de
ensino.
Na época, Antônio Cesarino era Secretário
de Agricultura de Bom Jardim. Mesmo com as acusações e alguns anos após o
episódio, ele se candidatou a vereador e foi eleito com quase 800 votos.
Por meio de nota, Antônio Cesarino afirmou
que é inocente e está sendo vítima de perseguição política.
Com informações do G1 Maranhão
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