Rádio Voz do Maranhão

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Prefeito de Açailândia renuncia ao cargo alegando problemas de saúde; confira a íntegra da carta de renúncia


Na tarde desta quinta-feira (22), o prefeito de Açailândia, Juscelino Oliveira (PCdoB), renunciou ao cargo de prefeito para o qual foi eleito em 2016.

Com a renúncia, quem assume é o vice-prefeito Aluísio Sousa, em solenidade realizada, na noite desta quinta-feira (22), na Câmara de Vereadores do município.

Na carta de renúncia, Juscelino Oliveira diz que a decisão está diretamente ligada ao desgaste físico e mental que, a cada dia, está agravando seu quadro de saúde já debilitada.

“Descarto qualquer outra motivação para minha atitude que, nem de longe, está atrelada a quaisquer fatos ou circunstâncias relacionados à administração pública municipal ou a pessoas”, diz Juscelino.

Confira a íntegra da carta de renúncia.


MP pediu afastamento do prefeito

No mês passado, o Ministério Público do Maranhão ingressou com uma Ação Civil Pública por improbidade administrativa contra Juscelino Oliveira, pedindo a indisponibilidade de bens, a quebra do sigilo bancário e o afastamento do gestor do cargo.

O MP também quer o afastamento do secretário de Infraestrutura e Urbanismo, Divaldo Farias da Costa. Também são acionados o engenheiro Rogério Rosa Lopes, da equipe da Secretaria de Infraestrutura; o secretário de Infraestrutura de Imperatriz, Francisco de Assis Amaro Pinheiro; e o sócio-administrador da empresa Terramata, Ricardo Barroso del Castilho.

A ação teve como base documentos produzidos no inquérito que apurou irregularidades na contratação da empresa Terramata para a execução de serviços de pavimentação em blocos sextavados de vias urbanas do município.

De acordo com a promotora de justiça Glauce Mara Lima Malheiros, a contratação da Terramata ocorreu por meio da adesão à Ata de Registro de Preços da Concorrência Pública, que teria sido direcionada em favor da empresa. O MP também aponta superfaturamento das obras e favorecimento a empresas ligadas ao prefeito para execução de serviços.

“São diversos fatos que, analisados em conjunto, evidenciam o cometimento de atos ímprobos por agentes públicos municipais e particulares envolvidos na execução das obras”, relata a promotora de justiça.

O Ministério Público também constatou que as irregularidades aconteceram desde o pedido de adesão pelo Município de Açailândia à Secretaria de Infraestrutura de Imperatriz. Conforme o edital do certame, órgãos ou entidades que desejassem fazer uso da ata de registro de preços deveriam encaminhar solicitação para a Superintendência da CPL de Imperatriz, que teria a competência para permitir ou não o ingresso do solicitante.

“A Administração Municipal de Açailândia, atropelando as regras do processo de adesão e objetivando direcionar o procedimento licitatório, resolveu buscar a autorização diretamente junto ao secretário municipal de Infraestrutura, Transportes e Serviços Públicos de Imperatriz”, observou a promotora Glauce Malheiros.

As investigações também verificaram que os bloquetes utilizados na pavimentação das ruas pela Terramata estão sendo fornecidos por empresas vinculadas ao próprio prefeito de Açailândia.

“Um dos imóveis destinados ao armazenamento dos bloquetes está vinculado à empresa Steel Estruturas e Metais, a qual consta como sócio- administrador o prefeito Juscelino Oliveira e Silva e seu filho Giuliano Gregory Santos Oliveira e Silva”, relata o texto da Ação Civil.

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