"Podemos pressionar
de modo mais agressivo pela imprensa", escreveu Dallagnol em um chat com
procuradores da Lava Jato; sua intenção era vazar informações como forma de
pressionar a PGR a homologar delações premiadas
A versão brasileira do jornal espanhol El
País, em parceria com o The Intercept Brasil, divulgou nesta sexta-feira (9)
novas conversas entre procuradores do Ministério Público Federal (MPF) que
mostram que a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, era vista como
inimiga entre o núcleo da Lava Jato.
Em uma das conversas, o chefe da
força-tarefa, procurador Deltan Dallagnol, chegou a dizer que sentia saudades
do antigo PGR, Rodrigo Janot.
Em 2017, antes de Dodge ser confirmada
como procuradora-geral, Dallagnol expressou preocupação e incômodo com a
proximidade da atual chefe do MPF com o ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Gilmar Mendes, principal “inimigo” da Lava Jato na Corte.
Já em março de 2018, Dallagnol cogitou
vazar informações à imprensa como forma de pressionar Dodge a homologar
delações premiadas, como a do ex-executivo da OAS, Léo Pinheiro, aquele que
incriminou o ex-presidente Lula no processo do triplex do Guarujá.
“Podemos pressionar de modo mais agressivo
pela imprensa”, afirmou o procurador em um chat do
Telegram. Em outra mensagem, disparou: “A mensagem que a demora passa é que
não tá nem aí pra evolução as investigações de corrupção”.
Procurada pelo El País, a assessoria de
imprensa da PGR informou que “não se manifesta acerca de material de origem
ilícita”. Os procuradores da Lava Jato também decidiram não tecer comentários
sobre os diálogos divulgados.
Veja a íntegra dos diálogos revelados pelo
El País.
Confira a íntegra da reportagem aqui.
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