A
promessa do 13º pagamento animou muitos beneficiários sobre um possível fim de
ano melhor. Mas não foi o que aconteceu
O anúncio do inédito 13º benefício do
Bolsa Família gerou esperança em muitas famílias, principalmente, sobre ter um
Natal sem fome. Mas, apesar do pagamento do abono natalino ser cumprindo, pelo
menos 1,16 milhão de famílias foram cortadas do programa neste mês.
Em publicação do UOL desta quarta-feira,
25 de dezembro, uma chefe de família do conjunto Virgem dos Pobres, da
periferia de Maceió, relatou que o 13° previsto do Bolsa Família era um valor
que contava há meses, desde quando foi anunciado, “mas acabou virando uma
frustração”.
“Eu esperei tanto esse valor. Mas a
verdade agora é que para sobreviver estou recebendo doações. É muito
complicado, um Natal da fome passarei”, disse à reportagem Aurenir Maria da
Silva, de 38 anos.
Aurenir vive com seus oito filhos, três
netos e o cão Scooby em um apartamento de 40m². Sua família cortada do programa
desde outubro, por uma suposta falta de cumprimento de condicionante sobre a
frequência escolar dos filhos. “Mas meus filhos não faltam aula, nunca tive
problema. Não entendi o que houve”. Para ela “foi um desespero.”
Outro drama é sobre as famílias que
tentam ser inseridas no programa, que reclamam da fila de espera, com
existência confirmada pelo Ministério da Cidadania que se nega a informar o
quantitativo, de acordo com apuração do UOL.
A pasta ainda informou que, “devido às
frequentes mudanças no cenário econômico, o programa necessita passar por um
redirecionamento, pois seu principal objetivo – a complementação de renda –
está desvirtuado.”
Metade das famílias que recebem o
benefício são da região Nordeste. A coordenadora do CadÚnico (Cadastro Único)
em Maceió, Stephanie Cavalcanti, afirma a existência de diversas famílias na
capital alagoana que estão à espera de inclusão do governo federal.
“Essa fila é formada por pessoas que
estão com perfil para receber a bolsa, estão habilitadas, mas ainda não tiveram
o benefício concedido”, explicou.
A coordenadora pontua que a volta da
fila de espera causar danos ao sistema de proteção social. “A redução nas
concessões afeta não só os beneficiários, mas todo um ‘ecossistema’ que se
forma em torno do programa”, disse.
Em maio deste ano, o Bolsa família
chegou a beneficiar 14.339.058 famílias, um recorde do programa desde sua
criação, em 2004. Mas, em dezembro o número caiu para 13.170.607. Em média, o
benefício acumulando o valor mensal e o extra foi de R$ 383,54, fechando o ano
com gasto de R$ 33,6 bilhões, cerca de 10% a mais do que em 2018, quando foram
R$ 30,6 bilhões.
Informações do Jornal GGN
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