Rádio Voz do Maranhão

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Empresária sofre tentativa de feminicídio na Avenida São Luís Rei de França, em São Luís

Empresária Mayara Jennifer Machado Sipaúba teve o carro alvejado por bala na noite de segunda-feira (30), quando trafegava pela Avenida São Luís de França, no bairro Turu.

Uma empresária identificada como Mayara Jennifer Machado Sipaúba teve o carro alvejado por bala na noite de segunda-feira (30), quando trafegava pela Avenida São Luís de França, no bairro Turu, em São Luís. A polícia está investigando o caso como uma possível tentativa de feminicídio.

A empresária Mayara Jennifer diz que após o ocorrido a sensação de medo tomou conta dela. “Medo. Eu estou com aquela angústia. Tou o tempo todo olhando prum lado, pro outro pra vê se tem alguém me seguindo”.

A tentativa de feminicídio foi registrada por meio de câmeras de uma loja que fica situada em frente ao local onde aconteceu o crime. Na gravação, um carro branco se aproxima do veículo em que Mayara e o namorado se deslocavam e atira em direção deles. A empresária revela que está em choque desde então.

"A filmagem da gente passando com o carro e logo atrás o carro branco que tá do lado esquerdo passa pra trás do carro bem devagarzinho e tem o disparo na lateral do carro. Foi horrível. Eu tô em choque até agora”, contou Mayara Jennifer Machado.

O vidro traseiro do carro de Mayara ficou estilhaçado após os disparos de arma de fogo e exatamente do lado passageiro, onde ela se encontrava. O caso está sendo investigado como uma possível tentativa de feminicídio. 

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o 5º país no mundo com maior taxa de assassinatos e tentativas de assassinatos de mulheres.

No Maranhão, só no ano de 2019 foram registrados 48 casos de feminicídios. Nove aconteceram na Região Metropolitana de São Luís. Outro dado que chama a atenção, é que a maioria das vítimas nunca havia procurado ajuda das instituições de proteção à mulher, porque muitas vezes nem se dão conta de quando ou como começaram a ser vítima de uma relação abusiva.

Susan Lucena, diretora da Casa da Mulher Brasileira, na capital, afirma que a maioria das vítimas confundem o relacionamento abusivo com cuidado excessivo.

“É muito comum que as vítimas de relacionamento abusivo não percebam que estão em um relacionamento abusivo porque ela confunde com cuidado. ‘Nossa ele não quer que eu fale com aquela minha amiga, ele se preocupa comigo, com quem eu ando, com quem eu falo, com a roupa que eu visto, me ama, tem cuidado’. Na verdade isso não é um cuidado. Isso já passa a ser um relacionamento abusivo que a mulher só percebe ao sair desse relacionamento”.

A orientação das instituições de proteção à mulher é que a qualquer sinal de uma relação abusiva a vítima precisa buscar orientação especializada. A Casa da Mulher Brasileira, em São Luís, funciona 24 horas.

Por Regina Sousa/G1 MA

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