O sangue deixa o corpo por meio de um
cateter e, por cerca de três horas, é filtrado em uma máquina. Com ele
filtrado, o paciente volta para casa. O processo chamado de hemodiálise precisa
ser feito três vezes na semana e representa para as pessoas com doença renal
crônica a sobrevivência. No Maranhão, a assistência a esse público avançou nos
últimos anos. De 2014 para 2019, houve o aumento de 1.063% dos pacientes em
tratamento em unidades da gestão estadual.
Em 2014, apenas 100 pacientes estavam em
tratamento no Hospital Dr. Carlos Macieira, única unidade estadual que oferecia
a terapia de substituição renal na época. Atualmente, 1.163 têm acesso ao
serviço de hemodiálise em oito pontos de atendimento nas cidades de Chapadinha,
Pinheiro, Bacabal, São Luís, Açailândia, Caxias e em Floriano (PI), através de
convênio.
“A expansão do serviço atende uma
necessidade crescente da população e demonstra a seriedade com que a gestão
realizada pelo governador Flávio Dino trata a saúde no Maranhão. Existia um
déficit histórico, que temos solucionado gradativamente e com responsabilidade,
levando esse tratamento para mais perto dos pacientes”, destaca o secretário de
Estado de Saúde, Carlos Lula.
No ano que vem, o Serviço de Hemodiálise
de Balsas, no sul do estado, deve ser iniciado com 10 cadeiras, reforçando
ainda mais a rede de atendimento. A ordem de serviço para implantação do
serviço no Hospital Regional de Balsas foi assinada dia 14 de dezembro. A
capacidade instalada será de 60 pacientes por mês, totalizando 780 atendimentos
por mês.
São
Luís
O ex-motorista Flávio Soares Santana, 31
anos, foi um dos beneficiados com a entrega, em setembro, do Centro de
Hemodiálise São Luís, no Monte Castelo. Antes ele estava realizando o
procedimento no Hospital Dr. Carlos Macieira, mas o novo espaço ficou mais
acessível, pois fica perto de onde mora. “Para todos que estamos nessa luta de
tratamento é bom demais. Estou no luxo. Aqui, ficou mais perto de casa. As
pessoas que trabalham aqui são delicadas com a gente”, relata.
O paciente descobriu que precisava do
tratamento em fevereiro ao realizar exames de rotina. Dias depois do
diagnóstico, estava realizando a primeira sessão de hemodiálise em São Luís.
Natural de Alto Alegre do Pindaré, ele passou a morar na capital e aprova a
nova política de expansão. “Pelo que temos visto no dia a dia, para nós
pacientes, ele [Flávio Dino] está fazendo um ótimo trabalho, porque cada
inauguração dessa é um sonho para o paciente”, comenta.
O Centro de Hemodiálise São Luís possui
40 poltronas de diálise e tem a capacidade para atender 240 pacientes. No
momento, 92 pacientes de 25 municípios diferentes fazem acompanhamento no
local, que conta com médicos e equipe multiprofissional.
Expansão
do serviço
A assistência a pacientes renais
crônicos, caracterizado pelo comprometimento dos rins, foi expandida desde
2015. Antes, estavam sob gestão estadual 25 poltronas de diálise no Hospital
Dr. Carlos Macieira, em São Luís. Hoje, são 222, localizadas em São Luís (67),
Bacabal (51), Caxias (59), Açailândia (28), Chapadinha (8) e Pinheiro (9).
Antes de 2015, a capacidade instalada de
atendimento da gestão estadual era de 100 pacientes. Com a abertura de novos
serviços e ampliação de turno nos já existentes, essa capacidade instalada
passou para 1.332 pacientes, um acréscimo de 1.232%. Considerando os 94
pacientes atualmente atendidos no município de Floriano (PI) através de uma
pactuação com o Governo, essa capacidade sobe para 1.426 pacientes (+1.326%).
Segundo a diretora administrativa do
Centro de Hemodiálise São Luís, Patrícia Ferreira, a oferta das poltronas teve
um impacto significativo na vida dos pacientes e em toda a rede de saúde.
“Observamos todo dia a felicidade dos pacientes com o novo ambiente, onde não
falta nada. Conseguimos tirar de unidades estaduais e dos municípios pacientes
que estavam internados só para fazer a hemodiálise, liberando leitos”, afirma.
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