Delegada Viviane Fontenelle, do Departamento de Feminicídio da SHPP,
falou sobre a prisão do assassino de Jessimara |
Allef Gonçalves Araújo Ribeiro,
de 24 anos, que foi preso na quarta-feira (12), no Shopping Rio Anil,
localizado na Avenida São Luís Rei de França, autor da morte da jovem Jessimara
Cristian Marques Pacheco, disse à Polícia Civil que não tinha intenção de
matá-la.
O homem alegou que queria apenas
desacordar a vítima para conseguir sair e, em seguida, cometer suicídio. O
crime ocorreu dentro de um hotel no bairro do São Cristóvão, na última
sexta-feira (7).
“Ele diz ser uma pessoa
depressiva e que, por três vezes, já teve a intenção de se matar aqui nesta
cidade, e que contou este fato à vítima. A partir de então, ela teria ficado no
pé dele o tempo inteiro para impedir que fizesse alguma besteira. Por conta
disso, a teria estrangulado com o cabo do notebook. Segundo Allef, ele não
queria tirar a vida de Jessimara, mas apagá-la para sair do local e tirar a
própria vida”, revelou a delegada Viviane Fontenelle, do Departamento de
Feminicídio, responsável pela investigação do caso, durante coletiva de
imprensa na tarde de ontem (13).
A vítima e o autor, que é
analista de sistemas e mora em Guarulhos, em São Paulo, se conheceram há cerca
de três ou quatro anos por meio de um jogo virtual. Somente neste ano eles se
conheceram pessoalmente, com a vinda de Allef para a capital maranhense. O
autor estava desde o dia 10 de janeiro em São Luís, e já havia se hospedado em
outros dois hotéis antes do crime.
Jessimara, que tinha 26 anos e
deixou uma filha de oito anos, saiu da casa dos pais, com quem morava, sem
dizer para onde ia. O mesmo fez Allef ao sair de São Paulo. A delegada informou
que foi descoberto um boletim de ocorrência de desaparecimento registrado dia
18 de janeiro pela mãe do suspeito.
O pedido pela prisão temporária
do autor foi deferido no domingo e o mesmo foi preso e localizado dentro do
shopping após denúncias. Com ele, a polícia localizou o
celular de Jessimara. O analista
de sistemas vendeu o aparelho dele e estava utilizando o da vítima para se
comunicar. Desde o dia do crime, ele estava perambulando pela cidade, segundo a
polícia.
Allef foi autuado por
feminicídio e, após depoimento na sede da Superintendência de Homicídios e
Proteção à Pessoa (SHPP), foi encaminhado ao Complexo Penitenciário de
Pedrinhas, onde cará à disposição da justiça.
O crime e contato com a família
Segundo a delegada Viviane
Fontenelle, no dia do crime, Allef saiu por volta de 10h e queria deixar a
chave do quarto com a dona do hotel, que se recusou a aceitar. Ele voltou ao
quarto, botou a chave por dentro da porta e bateu sem trancar.
Por volta de 12h30, um
funcionário foi verificar a jovem no quarto a pedido da proprietária, para
saber se ela não queria almoçar. No primeiro momento, ao chamá-la, não obteve
resposta, mas imaginou que a mesma estivesse dormindo.
“Quando foi por volta das 16h30,
a dona do hotel se lembrou de novo e achou estranho ela não ter aparecido.
Entrou no quarto, que estava destrancado, e não viu a vítima. Ao abrir a porta
do banheiro, a encontrou no chão com um lençol por cima do rosto. Nervosa,
chamou um hóspede e ele constatou que a jovem estava morta”, disse a delegada,
armando acreditar que o crime tenha ocorrido minutos antes da saída dele pela
manhã.
No mesmo dia, Allef ainda mandou
mensagens para a tia e a irmã da vítima, alegando que a mesma estava precisando
de ajuda e repassando o nome do hotel. A família, conforme a delegada, não deu
muita importância em razão de ele já ter feito a mesma coisa com o pai da
vítima dias atrás. “Disse que era para ir até o hotel salvar a filha, mas
quando eles chegaram lá, na verdade, a ajuda que precisava era para pagar o
hotel. Então a família não deu muita credibilidade para a informação que ele
deu”, explicou a titular do Departamento de Feminicídio.
Com informações do Jornal Pequeno
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