O governador Flávio Dino defendeu que o presidente
da República assuma o seu papel, já que no meio da pandemia, os governadores
cuidam de temas que deveriam ser conduzidos pelo Governo Federal.
“Hoje, os governadores precisam fazer até relações
internacionais, algo que é papel do Governo Federal. Ele é o presidente da
República, mas às vezes parece que ele esquece isso. Desejamos que ele lembre
disso, se ocupe, tenha postura e respeite a dignidade do cargo que exerce”,
disse Dino em entrevista à Globonews no último sábado (16).
Durante a entrevista, Flávio Dino lembrou que a
ditadura militar foi tenebrosa, mas que nem nesse período houve um presidente
que de modo tão reiterado agredisse valores constitucionais.
“Gostaria que ele finalizasse o mandato dele, mas
ele não pode fugir das responsabilidades, não pode ficar transferindo essas
terríveis e sofridas mortes dos brasileiros para os governadores. Não é leal
ele dizer que a crise econômica é culpa dos governadores. Nós queremos que ele
cumpra seus deveres, cabe a ele gerir a economia”, assegurou o governador do
Maranhão.
Quando questionado sobre as investigações que pairam
sobre o presidente da República, Flávio Dino afirma que Bolsonaro deve
obediência ao conjunto de princípios, incluindo o princípio da moralidade e
impessoalidade.
“Sim, o presidente da República pode escolher o
diretor geral da Polícia Federal. Porém essa escolha é viciada na medida em que
ele viola esses princípios. O ex-ministro Sérgio Moro disse que havia desejo do
presidente de interferir em investigações realizadas. Ele fez uma delação e
mostrou provas documentais”, disse Dino, ao afirmar que os atos posteriores do
presidente, após a saída do ex-ministro Moro confirmaram o que o ex-ministro
disse: houve substituição do diretor geral da Polícia Federal e a substituição
exatamente do superintendente do Rio de Janeiro. Para Dino, do ponto de vista
jurídico, o fato é gravíssimo.
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