Rádio Voz do Maranhão

terça-feira, 19 de maio de 2020

“Vivemos um presidencialismo, sem presidente”, afirma Flávio Dino


O governador Flávio Dino defendeu que o presidente da República assuma o seu papel, já que no meio da pandemia, os governadores cuidam de temas que deveriam ser conduzidos pelo Governo Federal.

“Hoje, os governadores precisam fazer até relações internacionais, algo que é papel do Governo Federal. Ele é o presidente da República, mas às vezes parece que ele esquece isso. Desejamos que ele lembre disso, se ocupe, tenha postura e respeite a dignidade do cargo que exerce”, disse Dino em entrevista à Globonews no último sábado (16).

Durante a entrevista, Flávio Dino lembrou que a ditadura militar foi tenebrosa, mas que nem nesse período houve um presidente que de modo tão reiterado agredisse valores constitucionais.

“Gostaria que ele finalizasse o mandato dele, mas ele não pode fugir das responsabilidades, não pode ficar transferindo essas terríveis e sofridas mortes dos brasileiros para os governadores. Não é leal ele dizer que a crise econômica é culpa dos governadores. Nós queremos que ele cumpra seus deveres, cabe a ele gerir a economia”, assegurou o governador do Maranhão.

Quando questionado sobre as investigações que pairam sobre o presidente da República, Flávio Dino afirma que Bolsonaro deve obediência ao conjunto de princípios, incluindo o princípio da moralidade e impessoalidade.

“Sim, o presidente da República pode escolher o diretor geral da Polícia Federal. Porém essa escolha é viciada na medida em que ele viola esses princípios. O ex-ministro Sérgio Moro disse que havia desejo do presidente de interferir em investigações realizadas. Ele fez uma delação e mostrou provas documentais”, disse Dino, ao afirmar que os atos posteriores do presidente, após a saída do ex-ministro Moro confirmaram o que o ex-ministro disse: houve substituição do diretor geral da Polícia Federal e a substituição exatamente do superintendente do Rio de Janeiro. Para Dino, do ponto de vista jurídico, o fato é gravíssimo.

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