A Justiça do Maranhão proferiu decisão
determinando a entrega do passaporte e uso de tornozeleira eletrônica pelo
médico Abdon José Murad Junior, de 38 anos. Ele também está proibido de se
ausentar de São Luís.
Segundo as investigações da Delegacia
Especializada de Defraudações e do 4⁰ DP do Vinhais, o médico encabeçaria
suposta pirâmide financeira responsável por captar recursos milionários de
terceiros sob o pretexto de investir no mercado de capitais.
A decisão, proferida pelo juiz Francisco Ferreira
Lima, da Central de Inquéritos, na última quarta-feira (17), atende ao
pedido da Polícia Civil, por intermédio da Superintendência de Polícia Civil da
Capital (SPCC), no bojo do inquérito criminal que apura os crimes de
estelionato e contra a economia popular.
A Polícia Federal e o Ministério Público
Federal (MPF) também investigam o suposto esquema, que teria movimentado mais
de R$ 300 milhões e prometia até 15% ao mês de lucro sobre o aporte financeiro.
Como os casos correm em segredo de Justiça, os órgãos não repassaram estimativa
de prejuízo, número de possíveis vítimas ou outros dados.
Além de megaempresários, a suposta fraude
teria a participação de agiotas, promotores, juízes e desembargadores do Tribunal
de Justiça do Maranhão. A Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ) também apura o
caso, em relação aos magistrados de primeira instância, por meio de sindicância
instaurada no final do ano passado.
Estima-se que o esquema possa ter
movimentado cifras na ordem de centenas de milhões de reais, com capacidade
para ser considerada uma das maiores pirâmides financeiras de que se tem
conhecimento.
As investigações continuam de forma a
identificar o destino dos valores arrecadados pelo médico sob o pretexto de
investimento no mercado financeiro.
A Polícia Civil ressalta que a medida
cautelar deferida não constitui antecipação de culpa, posto tratar-se de fato
complexo, sendo racionalmente necessário averiguar-se, de forma minuciosa, a
real dimensão do envolvimento do médico investigado e de eventuais envolvidos.
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