Só em Goiás, em
menos de dois meses, foram registrados casos em três famílias diferentes. Em
julho, um homem morreu em Goiânia
Com
o preço elevado do gás de cozinha e o poder de compra da população em queda no
Brasil, muitas famílias estão buscando solução no uso do álcool para acender o
fogo e cozinhar em casa.
A
opção, no entanto, além de revelar os efeitos da alta da inflação, oferece
riscos à integridade física, com casos já registrados de pessoas com
queimaduras e hospitalizadas em estado grave.
Só
em Goiás, em menos de dois meses, pessoas de três famílias diferentes sofreram
queimaduras e foram internadas, depois de usarem álcool para acender o fogo. Um
homem morreu, em julho, com 50% do corpo queimado.
Na
quarta-feira (25/8), a casa de Wiviane Lima de Oliveira, de 23 anos, em Abadia
de Goiás, na região metropolitana de Goiânia, foi incendiada, após ela tentar
cozinhar utilizando álcool.
Mãe
de três filhos pequenos e casada com o pedreiro Weverson Luiz, Wiviane sofreu
queimaduras graves por todo o corpo e foi internada no Hospital Estadual de
Urgências da Região Noroeste de Goiânia (Hugol), onde ela passou por duas
cirurgias.
Fora
a recuperação física, ela pede, agora, ajuda para reaver os bens perdidos,
reformar a casa e comprar alimentos para a família. O marido teme ter que
deixar o trabalho para ajudar nos cuidados da companheira e, com isso, ficar
sem a renda do serviço.
Wiviane
conta que no momento em que foi acender o fogo, as chamas voltaram em direção à
mão dela e houve uma explosão. A fiação elétrica da residência foi toda
queimada pelo fogo. “Queimou tudo”, diz Weverson.
Em
Anápolis, a 55 quilômetros de Goiânia, o casal Benta Maciel Correa e Israel
Rosa ficou 20 dias internado, após sofrer queimaduras graves ao utilizar álcool
para acender o fogo na casa de um cunhado. Agora, em fase de recuperação, os
dois pedem ajuda para custear o tratamento.
O
caso ocorreu no dia 7/8. Era aniversário do cunhado de Benta. Ela conta que não
tinha botijão de gás em casa, devido o alto preço, e que faltava cozinhar
apenas o feijão. O marido estava com um vidro de álcool na mão e ela decidiu
utilizá-lo para acender o fogo. “Quando coloquei, o galão explodiu”, relata.
Vizinhos
tiveram de ajudar e levá-los para o Hospital de Queimaduras em Anápolis. O fogo
espalhou-se rapidamente, atingiu o cabelo de Benta e chegou a outras pessoas da
família que estavam próximas, inclusive uma sobrinha de apenas 10 anos de
idade. Parte da casa também foi queimada.
Benta
e o marido ficaram internados na unidade de terapia intensiva (UTI). Já em casa
e sem poderem trabalhar, os dois recorrem a ajuda de amigos e familiares para
comprar pomadas que custam mais de R$ 200 e protetores para recuperar a pele.
Benta é doméstica e o marido trabalha como entregador.
Homem morreu em julho
Em
situação semelhante, ao tentar usar álcool para acender o fogo da cozinha em
casa, Stive Daves Alves dos Santos, de 33 anos, acabou morrendo no dia 5/7. Ele
teve 50% do corpo queimado e ficou internado por três dias na UTI do Hugol, em
Goiânia.
O
caso aconteceu no dia 2/7, no Jardim Bela Vista. A esposa de Stive, Chirlene
Correia da Silva, contou, á época, que ele sofreu uma parada cardíaca, no
hospital, no momento em que era feito o procedimento de raspagem nos
ferimentos.
Fotos tiradas por ela no dia do incêndio mostram que o fogo destruiu parte dos móveis da casa. Amigos e parentes ajudaram a pagar os custos do velório de Stive, que foi enterrado no Tocantins, onde ele nasceu.
Com informações do portal Metrópoles
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