Professora entrou
com ação após doar todo o seu patrimônio à instituição; juiz declara que ela
foi vítima de coação
Na última quinta-feira, 17, a 4ª Vara
Cível de Itaquera do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou a Igreja
Universal a devolver R$ 204,5 mil de doações feitas por fiel que entregou todo
seu patrimônio para a instituição religiosa. De acordo com o processo, ela
teria sido coagida a comprar um "lugar no céu".
Em dezembro de 2017, a ex-fiel doou
R$ 7.500,00 e, em junho do ano seguinte, mais de 196 mil reais. A quantia total
corresponde a todo o patrimônio conquistado durante a vida da professora que,
junto da filha, entrou com ação na justiça contra a igreja. Na decisão do juiz
Carlos Alexandre Böttcher, o entendimento do TJSP foi de que, apesar das
doações terem sido realizadas de forma espontânea, houve coação moral, determinando
a devolução do valor.
De acordo com o artigo 151 do Código
Civil, o termo coação é definido como toda ameaça ou pressão injusta exercida
sobre um indivíduo para forçá-lo, contra a sua vontade, a praticar um ato ou
realizar um negócio. No caso em questão, as pressões psicológicas empreendidas
pelos membros da organização religiosa foram levadas em conta pelo magistrado.
A defensora pública Yasmin Pestana, representante de F.S, completa que a coação
criou um "temor" na cabeça da vítima.
“F.S realizou as doações porque inha
convicção de que apenas se sacrificando agradaria a Deus e teria a sua bênção”,
disse a defensora.
Além da verba em dinheiro, a
professora doou um veículo importado em momento de "instabilidade psicológica,
após visita pessoal e repetidas ligações do pastor". No processo é
ressaltado que a Igreja Universal não pauta suas condutas de acordo com os
ensinamentos bíblicos, mas também na necessidade de entrega de bens e valores,
inclusive na sua totalidade para ter recompensa divina.
“O sacrifício máximo é incentivado
pelos pastores, fazendo alusão à passagem bíblica em que Abraão oferece a filha
de seu filho a Deus como prova de fé”, relatou uma testemunha.
Após a entrega do dinheiro, mãe e
filha passaram por insegurança financeira. Diante disso, o juiz Carlos
Alexandre Böttche declarou nulas as doações realizadas e condenou a uUniversal
à restituição dos valores com correção. monetária. A decisão do magistrado foi
baseada nas práticas da entidade, assim como os depoimentos das testemunhas e
vídeos citados no processo.
“Tais alegações corroboram a alegação
das autoras de que os pastores da ré divulgam a necessidade de entrega de
dinheiro para o recebimento de recompensa divina”, afirmou o juiz.
O que diz a igreja
Durante o processo, a Universal
argumentou que não houve coação, já que a doação foi feita de forma espontânea.
Procurada pelo GLOBO, a instituição disse, em nota, que a acusação de vender um
lugar no céu é mentirosa, já que os cultos e doutrina da Igreja Universal do
Reino de Deus nunca compactuaram com a venda de indulgências - "prática
nefasta de outra religião durante a Idade Média".
Quanto à ação, a agremiação religiosa
informou que faz pedidos de oferta de acordo com a lei e dentro do exercício
regular do direito constitucionalmente assegurado de culto e liturgia.
A igreja completa que, em razão da
liberdade religiosa, não é possível qualquer tipo de intervenção do Estado -
incluindo o Poder Judiciário - na relação de um fiel com sua Igreja. Por fim,
informa que irão recorrer a decisão e a "justiça e a verdade
prevalecerão".
Religiao é o mal do mundo
ResponderExcluirEsse que tá de costa parece um idiota...
ResponderExcluirParece ? Ele é ! Nessa posição que ele está, faz até um boquete no "homem de Deus" aí kkkkkkk
ExcluirSinceramente,acharia lindo se ela nao conseguisse de volta o dinheiro dela. Esses Pastores e midsionarios hj em dia sao Lobos em Pele de cordeiro.
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