Rádio Voz do Maranhão

terça-feira, 22 de março de 2022

Rodoviários decidem por paralisação total dos ônibus a partir da próxima terça (29) em São Luís

Os rodoviários de São Luís, após duas assembleias realizadas nesta terça-feira (23), sinalizaram para uma nova paralisação total do sistema de transporte público coletivo para a próxima terça-feira (29).

Os trabalhadores irão aguardar até segunda-feira (28) para que o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SET) apresente alguma contraposta diferente dos 5% de reajuste salarial, além do pagamento de pelo menos três meses de salários atrasados.

“O entendimento da categoria é que 100% da frota pare a partir de terça-feira, caso não haja uma proposta por parte dos empresários. Mas nós, do Sindicato, entendemos que temos que respeitar uma liminar [determinando a circulação de 60% da frota]. Mas eu não posso colocar na cabeça de sete mil, oito mil trabalhadores e trabalhadoras que tem que trabalhar com fome e com seus salários atrasados”, explicou Marcelo Brito, presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão.

Brito informou, ainda, que já encaminhou à Justiça do Trabalho e a Procuradoria Geral do Município relação com os nomes da empresas que estão em atraso com o pagamento de motoristas e cobradores, descumprindo convenção coletiva de trabalho.

“Eu acredito na Justiça, acredito no Tribunal, acredito na Procuradoria. Mas esses empresários não podem continuar confortáveis do jeito que eles estão e dizer não na cara de todo mundo. Isso é inadmissível. Até a população fica refém dos empresários, nós trabalhadores também ficamos reféns. Trabalhamos sem receber, nossa data base sem aumento nenhum”, concluiu.

Além do pagamento de salários atrasados, os rodoviários reivindicam 15% de reajuste salarial; R$ 800 reais de ticket alimentação; e manutenção do plano de saúde.

O Município de São Luís, além de subsidiar o sistema, através de um acordo firmado ano passado, quando o primeiro movimento grevista foi deflagrado, concedeu recentemente R$ 0,20 de reajuste no preço da passagem, contrariando pedido dos empresários, que solicitavam R$ 1,20, e não onerando em demasia o usuário.

Já o Governo do Estado, responsável pelas linhas semiurbanas, concedeu reajuste de R$ 0,30 no preço da tarifa.

Nas duas últimas greves dos rodoviários, oe empresários ficaram no lucro, pois abocanharam quase R$ 30 milhões de auxílio emergencial da Prefeitura. Mesmo assim, continuam afirmando que não têm condições de conceder reajuste salarial aos trabalhadores.

Com o aumento da passagem, a Prefeitura disse iria reduzir o ‘auxílio’, de R$ 4 milhões por mês, para R$ 1,5 milhão. O empresários não concordam com essa redução.


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