Realizada
na quinta-feira (2) nas cidades de São Luís, Timon, Caxias e Teresina (PI), a
Operação Barão Vermelho resultou em uma prisão preventiva, uma prisão em
flagrante, além da apreensão de veículos, equipamentos e cheques que somam R$
2,91 milhões. A operação mira um grupo criminoso suspeito de utilizar lojas de
veículos e materiais de construção para 'lavar' dinheiro proveniente do tráfico
de drogas.
Entre
os alvos, estão donos de empresas de compra e venda de veículos localizadas na
Avenida Barão de Gurgueia, no bairro Vermelha, Zona Sul de Teresina. Eles
estariam envolvidos em práticas criminosas como tráfico de drogas, aquisição
irregular armas de fogo, falsidade ideológica e falsificação de documento
público.
Foram
presos Afonso da Silva Brito, alvo do mandado de prisão preventiva, e Felipe
Nascimento dos Santos, por posse ilegal de armas de fogo,
Segundo
o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), 14
endereços ligados ao grupo criminoso em Teresina, no Piauí, e em São Luís e
Caxias, no Maranhão, foram vistoriados. Entre os endereços da capital
piauiense, quatro eram de empresas, sendo as duas de compra e venda de veículos
e duas de construção civil.
O
Gaeco informou que Felipe Nascimento dos Santos, um dos presos, estava em um
apartamento ligado ao dono de uma das empresas de veículos. O empresário não
foi localizado, mas teve bloqueados bens avaliados em mais de R$ 9 milhões.
Na
residência dele foram apreendidas armas, entre elas uma submetralhadora e
revólveres com a numeração raspada. Também foram apreendidos seis carros e uma
motocicleta de luxo.
Aos
promotores do Gaeco, o rapaz preso em flagrante teria dito que recebia R$ 1,5
mil apenas para proteger a casa do empresário.
"Quando
a gente adentrou a casa, por arrombamento, pensamos que estava vazia. Mas lá
encontramos um soldado do crime, que é um faccionado contratado pra fazer a
segurança do local. Lá dentro, ele estava armado. Se fosse um efetivo pequeno,
ele teria revidado. Ele tinha arma escondida dentro de um colchão, tinha
tatuagem de palhaço, comum a quem matou ou pretendia matar policiais",
comentou o promotor do Gaeco em Imperatriz, Fábio Oliveira.
Durante
a Operação, foram apreendidos um caminhão, uma motocicleta e oito veículos,
sendo vários deles de luxo. Além disso, foram apreendidos 22 telefones
celulares, joias e diversos equipamentos eletrônicos como computadores, tablets
e equipamentos de segurança eletrônica. Foram recolhidas, ainda, cinco armas,
incluindo uma submetralhadora de fabricação artesanal. Também foi interditada
uma loja de veículos em Teresina (PI).
Nessa
fase a Operação atingiu pessoas físicas e jurídicas que, direta ou
indiretamente, estão envolvidas em práticas criminosas como a lavagem de
capitais, narcotráfico, aquisição irregular de armas de fogo, falsidade
ideológica, dentre outros delitos. Todos os mandados cumpridos, tanto de prisão
quanto de busca e apreensão, foram expedidos pela Vara Especial Colegiada dos
Crimes Organizados do Termo Judiciário da Comarca da Ilha de São Luís.
Em
uma primeira fase das investigações, que resultou na Operação Mormaço,
realizada em junho de 2021, já havia ocorrido a prisão de Waldistom dos Santos
Oliveira, líder da organização criminosa.
A
operação foi realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às
Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão, por meio dos
núcleos de São Luís, Timon e Imperatriz, com a participação de promotores de
justiça de Timon e de Caxias, assim como da Polícia Civil do Maranhão (1º
DECCOR de Timon e 1º DECCOR de São Luís) e Instituto de Criminalística de
Timon.
A
operação também contou com o apoio dos promotores de justiça do Gaeco-PI e de
outras forças de segurança como o Batalhão de Operações Especiais (Bope) do
Maranhão e do Piauí, Tropa de Choque e Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas
(Rotam) do Maranhão
Operação Barão Vermelho
O
nome faz alusão ao personagem Barão Vermelho do desenho animado “Corrida Maluca”,
clássico da década de 60.
Na
“Corrida Maluca”, dez pilotos disputavam corridas em seus carros peculiares
para ganhar o título do “piloto mais louco do mundo”. Em alegoria à operação
deflagrada pelo Ministério Público, a corrida maluca seria a lavagem de
dinheiro feita por meio da revenda de carros nacionais e importados, utilizando
as concessionárias investigadas Marvin Premium e Barão Veículos. O Barão
Vermelho do desenho remete à empresa investigada, Barão Veículos.
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