Edson Gaguinho (União Brasil) foi preso nesta quinta-feira (10), no bairro Vila Riod, durante operação do Ministério Público do Maranhão (MP-MA). Manter animais silvestres em cativeiro é considerado crime ambiental.
O
vereador de São Luís, Edson Gaguinho (União Brasil) foi preso, nesta
quinta-feira (10), em uma operação que investiga a suspeita de desvio de verbas
de emendas parlamentares na Câmara dos Vereadores. Ele foi preso por estar em
posse de dois animais silvestres.
De
acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF-MA), os animais, dois veados e uma
arara, estavam sendo mantidos em cativeiro na sua residência no bairro Vila
Riod, na capital maranhense. Manter animais silvestres em cativeiro é uma
prática considerada crime ambiental.
Além disso, os agentes encontraram na casa do vereador, munições e uma arma de fogo. Após ter sido preso, Edson Gaguinho foi levado para prestar depoimento.
Caso
ele pague fiança, poderá ser liberado. Os animais foram levados para a sede
do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama).
Segundo
a Lei nº 9.605 que dispõe sobre crimes contra o meio ambiente, o vereador Edson
Gaguinho pode pegar um detenção de seis meses a um ano, além do pagamento de
uma multa, caso seja condenado pelo crime.
"Ao
todo, foram sete ocorrências, então foi o dos animais, medicamento e munição.
Dos medicamentos, eles eram proibidos e estavam em residências que foram
verificadas e conduzidas pra averiguação e inspeção porque não são medicamentos
controlados", informou Alisson Imensato, coordenador geral de combate ao
crime da PRF.
Operação
‘Véu de Maquiavel'
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Vereadores Francisco Chaguinhas (Pode), Umbelino Júnior (PSDB), Aldir Júnior (PL) e Edson Gaguinho (União) estão entre os alvos da Operação 'Véu de Maquiavel' em São Luís |
Além
de Edson Gaguinho, também foram alvos da operação 'Véu de Maquiavel' deflagrada
nesta quinta-feira (10) em São Luís e Palmeirândia, os vereadores Aldir Júnior
(PL), Umbelino Júnior (PSDB) e Francisco Chaguinhas (Podemos). A ação é
realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas
(Gaeco) do Ministério Público do Maranhão (MP-MA).
O
Ministério Público do Maranhão estima que cerca de R$ 6 milhões em emendas
parlamentares podem ter sido desviados por vereadores da Câmara Municipal de
São Luís em um esquema que envolvia instituições sem fins lucrativos, em São
Luís.
Segundo
a promotora do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas
(Gaeco), Ana Carolina Cordeiro, as investigações são referentes ao mandato
2017-2020 e as investigações iniciaram em 2020.
Ao
todo são seis vereadores investigados desde 2020. Dois são Silvino Abreu e
Ivaldo Rodrigues, que não se reelegeram, e mais quatro que conseguiram a
reeleição. Os investigados devem responder pelos crimes de lavagem de capitais,
peculato e organização criminosa.
Além
dos vereadores, servidores públicos e empresas foram alvo da operação, no qual
foram cumpridos 34 mandados de busca e apreensão expedidos pela Vara Especial
Colegiada dos Crimes Organizados.
Como funcionava o esquema
As
secretarias de Segurança Alimentar e de Cultura foram usadas para executar
valores em emendas parlamentares, por meio de convênios com empresas sem fins
lucrativos, mas o dinheiro 'sumia' e não era aplicado.
Os
vereadores aliciavam presidentes de entidades sem fins lucrativos para oferecer
um projeto em benefício de uma comunidade, por exemplo, na entrega de cestas
básicas. Depois, o dinheiro das emendas era liberado em um convênio firmado com
o presidente da associação, que sacava o valor em espécie.
Depois
que é sacado, o dinheiro era disseminado em depósito em espécie para evitar o
rastreamento de uma possível investigação. Há, inclusive, o depósito em espécie
feito por um vereador, de acordo com o MP-MA.
"O dinheiro deveria ser gerido para o interesse de uma comunidade e isso não se observou. O valor era retroalimentado e a entidade não ficava com nada. No final, o valor era dissipado entre os participantes da organização criminosa", contou o promotor do Gaeco, Fernando Berniz.
Segundo
o Ministério Público de 2020 até hoje, há mais de R$ 60 milhões em emendas
parlamentares da Câmara de Vereadores de São Luís que não são devidamente
controlados ou fiscalizados. Por isso, as investigações irão continuar para
descobrir possíveis novos desvios de recursos.
Apreensões
Além
dos animais silvestres, celulares, computadores e documentos dos investigados
foram apreendidos pelo Ministério Público do Maranhão. Na residência de outro
vereador, a PRF encontrou medicamentos proibidos.
O
que dizem os investigados
Em
nota, o vereador Umbelino Junior afirma que 'mantém um mandato democrático e
transparente'. O parlamentar disse ainda que 'está à disposição da justiça para
colaborar com todo processo e ajudar os órgãos nas investigações'.
O
g1 fez contato com os demais vereadores investigados para se posicionarem sobre
a operação, mas não houve retorno.
Em
nota, a Câmara Municipal afirmou que houve colaboração com a operação e que os
fatos não são atuais. Segundo o Ministério Público, a investigação é referente
ao período entre e 2017 e 2020.
"Esta
casa reforça que está contribuindo com todas as informações e acessos
necessários junto ao Ministério Público. A Câmara Municipal de São Luís reforça
seu compromisso com a transparência diante da população ludovicense e reitera
que está sempre à disposição das autoridades para qualquer tipo de
esclarecimento", disse a Câmara, em nota.
Com
informações do g1 MA
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