quarta-feira, 12 de novembro de 2008

POPULAÇÃO FAZ JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS EM ARAIOSES

População invade delegacia e mata presos a pauladas e pedradas na cabeça. O delegado tentou conter a fúria da população disparando seis tiros para o alto, mas foi impossível

A barbárie se espalha pelo interior do Estado. Os crimes acontecem em grandes escala, sem que a polícia tenha condições de conter a onda de marginalidade. Revoltados com mais um crime no município, moradores de Araiose invadiram a delegacia de polícia e mataram dois presos.

Os dois homens, identificados como Hamilton dos Santos Silva, 24 anos e Francisco Silva Souza, 23 anos (FOTO), foram brutalmente assassinados ontem à noite (11) em Araioses, município a localizado a 490 quilômetros de São Luís.

Eles estavam presos na delegacia da cidade desde segunda-feira, acusados de matar a golpes de faca um morador do município. A família da vítima já havia jurado vingança.


Os moradores invadiram a delegacia que só tinha um policial de plantão. O delegado tentou conter a fúria da população disparando seis tiros para o alto, mas foi impossível. Os dois homens foram retirados da cela e mortos a golpes de pauladas e pedradas na cabeça.
Tudo aconteceu após o enterro (ontem – 11) do professor de karatê, Welinton César da Costa Barros, 28 anos, que foi esfaqueado e morto domingo (09) pelos dois homens linchados pela população de Araióses.



























Meu comentário: Não podemos admitir que a população faça justiça com a próprias mãos. Quando isso acontece, mostra a perda de confiança na autoridade policial e na Justiça. Talvez a população esteja cansada de ser vítima da violência e da marginalidade. O aparelho da segurança pública precisa dar uma resposta urgente à sociedade, fazendo presente através de ações eficazes de combate à criminalidade. Há um sentimento de impunidade que estimula a prática de delitos. Até quando vamos continuar assistindo a essa escalada da violência, sem que sejam dadas respostas convincentes à sociedade? Os autores desses crimes têm que ser identificados e puinidos, pois, num estado democrático, não se concebe o "olho por olho; dente por dente". A responsabilidade maior é do Estado, que deveria ter condições de cuidar da integridade física dos dois detentos, também autores de um crime brutal. Como estavam sob guarda do aparelho de segurança do Estado, as famílias podem até requerer indenização. Diante de mais este fato lastimável, a segurança pública tem que começar a dar respostas convincentes à sociedade, caso contrário o caos, a violência, o salve-se-quem-puder, vai continuar crescendo em todo o Estado. Espero que a presença de policiais da Força Nacional de Segurança venha ajudar a conter essa escalada da violência.

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