MARIA CLARA CABRAL
ANDRÉIA SADI
DE BRASÍLIA
Horas após ser confirmado como novo
ministro do Esporte, Aldo Rebelo (PC do B-SP) afirmou nesta quinta-feira que
vai fazer mudanças na pasta e que não pretende mais realizar convênios de
nenhum programa do ministério com ONGs.
Segundo Rebelo, a presidente Dilma
Rousseff o deu a responsabilidade de montar a nova equipe. Ele disse, no
entanto, que ainda não pensou em nomes.
"Recebi da presidente Dilma a
demonstração de confiança e a responsabilidade de montar a minha equipe para
dirigir o ministério. As mudanças serão anunciadas de acordo com as consultas
que vou realizar para estruturar a equipe que trabalhará comigo no ministério
(...). Certamente que haverá mudanças e certamente as competências que lá estão
poderão mudar simplesmente por escolha pessoal, escolha técnica. Mas isso não
significa a condenação de ninguém", disse.
Em resposta às suspeitas de
irregularidades na pasta, Rebelo disse que não pretende realizar novos
convênios com ONGs em todos os programas do ministério, não só nos do programa
Segundo Tempo --principal alvo das suspeitas de desvio de dinheiro e que levou
a queda de Orlando Silva. Ele afirmou que as ações do ministério devem
continuar por meio de convênios com as prefeituras.
"Os convênios com as prefeituras
continuam. Não vamos acabar com o Segundo Tempo. A intenção é acabar com os
convênios com as ONGs, em qualquer programa. Não acabar com os programas.
Continuaremos fazendo [os convênios] com as prefeituras, com os órgãos
públicos", disse.
O novo ministro não confirmou, porém, a
suspensão dos convênios que já estão em andamento. E disse que todas as
investigações na pasta devem continuar.
"As ações do Ministério Público, da
Polícia Federal, Tribunal de Contas, dos órgãos de controle, todas elas terão
curso com apoio e ajuda ministério."
Aldo falou ainda sobre sua ligação com a
Fifa e com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Ele já presidiu a CPI do
Futebol, entre 2000 e 2001, mas negou que isso possa influenciar o seu
trabalho. Também negou que as doações de campanha que recebeu de empresas
patrocinadoras da CBF possa o atrapalhar.
"Não atingirá de qualquer forma a
minha independência", disse.
Ex-presidente da UNE (União Nacional dos
Estudantes), Rebelo confirmou que defende a meia-entrada para os jogos da Copa
de 2014, no Brasil, mas disse que a partir de agora a sua posição é a posição
de governo.
Ele disse que a relação da Fifa com o
governo "será de cooperação e independência".
Mais cedo, Aldo almoçou com o antecessor
e colega de partido, Orlando Silva. Segundo ele, para tomar conhecimento da
estrutura da pasta.
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