Jornal do Brasil
O procurador-geral da República, Roberto
Gurgel, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira que seja
aberto um inquérito para apurar as denúncias de corrupção envolvendo o ministro
do Esporte, Orlando Silva (PCdoB). O ministro é citado em acusações de que
teria envolvimento em um suposto esquema de corrupção para a liberação de
recursos públicos para organizações não-governamentais (ONGs).
Segundo a assessoria da
Procuradoria-Geral da República (PGR), também foi solicitado que o STF requisite
a remessa do inquérito existente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra o
governador do Distrito Federal e antecessor de Orlando Silva no Esporte, Agnelo
Queiroz (PT). O petista esponde a processo por suposta propina na pasta do
Esporte que envolveria o programa Segundo Tempo. Ele foi ministro entre 2003 e
2006.
"Nós estamos ainda num momento em
que não podemos afirmar a veracidade desses fatos. Agora, os fatos noticiados,
se verdadeiros, são extremamente graves. O certo é que a gravidade dos fatos é
tamanha que se impõe que se possa examinar os fatos esse inquérito no
STF", disse Gurgel, na quinta-feira, ao anunciar que deveria realizar o
pedido. Ainda segundo ele afirmou ontem, o pedido de remessa quando ao processo
de Agnelo se deve a "um relacionamento muito intenso entre os fatos."
Reportagem da revista Veja de outubro
afirmou que o ministro do Esporte, Orlando Silva (PCdoB), lideraria um esquema
de corrupção na pasta que pode ter desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos.
Segundo o delator, o policial militar e militante do partido João Dias
Ferreira, organizações não-governamentais (ONGs) recebiam verbas mediante o
pagamento de uma taxa que podia chegar a 20% do valor dos convênios. Orlando
teria recebido, dentro da garagem do ministério, uma caixa de papelão cheia de
cédulas de R$ 50 e R$ 100 provenientes dos desvios que envolveriam o programa
Segundo Tempo - iniciativa de promoção de práticas esportivas voltada a jovens
expostos a riscos sociais.
João Dias Ferreira foi um dos cinco
presos no ano passado pela polícia de Brasília sob acusação de participar dos
desvios. Investigações passadas apontavam diversos membros do PCdoB como
protagonistas das irregularidades, na época da Operação Shaolin, mas é a
primeira vez que o nome do ministro é mencionado por um dos suspeitos.
Ferreira, por meio da Associação João Dias de Kung Fu e da Federação
Brasiliense de Kung Fu, firmou dois convênios, em 2005 e 2006, com o Ministério
do Esporte.
O ministro nega as acusações e afirmou
não haver provas contra ele, atribuindo as denúncias a um processo que corre na
Justiça. Segundo ele, o ministério exige judicialmente a devolução do dinheiro
repassado aos convênios firmados com Ferreira. Ainda conforme Orlando, os
convênios vigentes vão expirar em 2012 e não serão renovados.
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